Pesquisadores de Yale identificam campos russos com milhares de crianças ucranianas

Pesquisadores de Yale identificam campos russos com milhares de crianças ucranianas

Pesquisadores da Universidade de Yale documentaram, desde 2022, graças a imagens de satélite, a localização de 210 campos de reeducação e militares na Rússia, para onde foram levadas milhares de crianças ucranianas, explicou o responsável pelo grupo.

A pedido do Departamento de Estado dos Estados Unidos, o Laboratório de Pesquisa Humanitária (HRL, na sigla em inglês) de Yale foi encarregado de estimar o número de crianças deslocadas pelas autoridades russas e a magnitude do fenômeno, relatou Nathaniel Raymond, em visita a Estocolmo para um seminário sobre o tema no Parlamento sueco.

No início, relatou Raymond, considerou-se que a tarefa era quase impossível. "Como encontrar crianças escondidas e protegidas pelos serviços de segurança russos? Em um caso de sequestro em que só dispomos da internet e de imagens de satélite?".

A solução surgiu graças a um erro cometido pelos russos, já que as autoridades locais tiraram selfies ao lado de crianças ucranianas.

"As autoridades locais, que buscavam ganhar a simpatia do Kremlin, tiravam fotos ao lado das crianças nos ônibus', explicou Raymond.

"O mais curioso é que eles esqueceram de desativar a geolocalização em seus telefones. Conseguimos extrair a latitude e a longitude da posição e vimos nas fotos que podíamos identificar seus dispositivos, incluindo seus Apple Watches. Foi aí que começamos a aprofundar a investigação", acrescentou.

A informação foi compartilhada com as autoridades ucranianas.

Desde então, analisando outros dados acessíveis, em particular as fotos oficiais publicadas pelas autoridades russas, o HRL conseguiu identificar 210 campos de reeducação e militares em toda a Rússia onde se encontra parte das crianças ucranianas. O laboratório estima o seu número total em 36.000.

Após o mandado de prisão emitido contra Vladimir Putin pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) em 2023, as autoridades russas deixaram de publicar esse tipo de informação online.

O destino dessas crianças deve ser uma prioridade absoluta nas negociações atuais, enfatizou Raymond.

Como consequência dos cortes no financiamento da administração Trump, o HRL corre o risco de fechar antes do final do ano e entregou seus dados à Europol.

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