Uribe recorre ao apoio da direita antes de histórico veredicto na Colômbia
O ex-presidente opositor colombiano Álvaro Uribe, que na segunda-feira (28) conhecerá o veredicto de um julgamento por supostamente subornar paramilitares, apelou ao apoio da direita e assegurou que suas forças políticas precisam de "uma vitória enorme" nas eleições presidenciais de 2026.
Caso seja condenado, seria a primeira vez que um ex-presidente é declarado culpado em um julgamento penal na Colômbia, podendo enfrentar uma pena de até 12 anos de prisão.
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"No próximo ano precisamos de uma vitória enorme", declarou Uribe em um discurso de mais de uma hora que fez após assistir a uma missa na Igreja San José, no centro de Medellín, sua cidade natal e bastião político, em referência às eleições para substituir Petro.
O influente ex-presidente (2002-2010) e líder da direita através de seu partido Centro Democrático se defende das acusações de pressionar e pagar paramilitares encarcerados para que mudassem seus depoimentos, que o envolviam na criação destes sangrentos esquadrões antiguerrilha.
Com suas anotações em uma agenda, o ex-presidente instalou-se em uma cafeteria, rodeado por escoltas, para fazer o longo discurso, no qual fez críticas ao governo de Petro.
Na região, de tradição conservadora e onde é muito popular, o político foi apoiado por seguidores com cartazes e camisetas brancas com a frase "Uribe inocente".
Na segunda-feira, uma juíza lerá a partir das 8h30 locais (9h30 em Brasília) o veredicto.
A direita colombiana busca recuperar o poder em 2026, em eleições nas quais Petro não pode participar, já que na Colômbia a reeleição é proibida.
"A força das convicções deve resistir à dificuldade das tragédias, dos momentos de desafio. Quanto maior a ameaça, maior nossa imaginação para estar em contato com os colombianos", disse Uribe em seu discurso, no qual evitou referir-se ao julgamento que enfrenta.
Ele agradeceu as "orações pela saúde" do senador Miguel Uribe, um dos pré-candidatos do Centro Democrático que sofreu um atentado a tiros e permanece em estado grave em um hospital de Bogotá. O político não tem parentesco com o ex-governante.
"O que vamos fazer é convidar os colombianos para que cada um seja condutor desta campanha, para que nas eleições do próximo ano as urnas se rompam pelo volume de votos a favor da democracia", acrescentou.
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