Democratas abandonam reunião no Senado para nomear ex-advogado de Trump

Democratas abandonam reunião no Senado para nomear ex-advogado de Trump

Emil Bove, ex-advogado pessoal do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu mais um passo nesta quinta-feira (17) rumo a se tornar juiz federal de apelações, após uma reunião acalorada no Senado da qual os democratas se retiraram em protesto.

O Comitê Judiciário do Senado, de maioria republicana, votou a favor do avanço da nomeação de Bove. A indicação ainda precisa ser examinada pelo plenário da câmara.

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Bove, de 44 anos, foi indicado por Trump para um cargo vitalício na Corte de Apelações do Terceiro Circuito, que abrange os estados de Delaware, Nova Jersey e Pensilvânia.

Mas esse ex-promotor federal, atualmente o terceiro funcionário de mais alto escalão no Departamento de Justiça, tem sido alvo de críticas.

"Ele liderou o esforço para transformar o Departamento de Justiça em uma arma contra os inimigos do presidente", afirmou o senador Dick Durbin, o democrata de maior escalão no Comitê Judiciário do Senado, durante a audiência.

Mais de 900 ex-advogados do Departamento de Justiça enviaram uma carta ao comitê nesta semana para expressar sua preocupação.

"É intolerável para nós que alguém que desonre o Departamento de Justiça seja promovido a um dos tribunais mais altos do país", enfatizaram.

Um grupo de mais de 75 juízes estaduais e federais aposentados também escreveu ao comitê, dizendo que é "profundamente inapropriado que um presidente indique seu próprio advogado de defesa criminal para um cargo de juiz federal".

Bove representou Trump em um caso em Nova York que terminou com a condenação do ex-presidente por 34 acusações de falsificação de registros comerciais para encobrir pagamentos a uma ex-atriz pornô.

Ele também o defendeu em dois casos criminais federais que nunca chegaram a julgamento e foram encerrados depois que Trump venceu as eleições presidenciais de 2024.

No início deste ano, Bove ordenou que promotores federais de Nova York retirassem as acusações de suborno e fraude contra o prefeito da cidade, Eric Adams.

A decisão provocou uma onda de renúncias.

Bove nega ter tomado essa decisão em troca do apoio do prefeito democrata à repressão migratória de Trump.

Um denunciante do Departamento de Justiça também afirmou recentemente que Bove teria dito aos subordinados que estaria disposto a ignorar ordens judiciais para aplicar os planos de Trump de deportar imigrantes em situação irregular. Ele nega essa acusação.

Os democratas do Comitê Judiciário do Senado tentaram, nesta quinta-feira, adiar a votação para permitir que o denunciante testemunhasse, mas o presidente republicano do comitê rejeitou o pedido.

Em protesto, os democratas deixaram a reunião.

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