Deputados barram aumento de IOF e impõem derrota ao governo

Deputados barram aumento de IOF e impõem derrota ao governo

Autor DW Tipo Notícia

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, pautou de última hora projeto que susta medida do Executivo de aumentar imposto sobre algumas operações financeiras; governo deve buscar alternativas para ajuste fiscal.O plenário da Câmara dos Deputados derrubou nesta quarta-feira (25/06) os decretos publicados pelo governo federal que alteravam algumas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A decisão representa uma derrota para o Executivo, que contava com a medida para equilibrar as contas públicas e aumentar a arrecadação. O projeto que cancela o aumento do IOF passou na Câmara por 383 votos favoráveis a 98 contrários e foi pautado pelo presidente da casa, Hugo Motta, de última hora. O tema ainda precisa ser votado pelo Senado, o que pode ocorrer ainda hoje. O projeto não precisa da sanção do presidente por se tratar de um PDL (Projeto de Decreto Legislativo). O aumento temporário do IOF sobre operações de crédito, câmbio e seguros foi adotado via decreto presidencial, sem passar pelo crivo prévio do Legislativo, o que gerou forte reação no Congresso. O Ministério da Fazenda argumenta que a medida visava corrigir distorções na cobrança do tributo e previa a arrecadação de R$ 20,5 bilhões em 2025, estimativa que caiu para R$ 10 bilhões após ajustes e recuos anunciados pelo ministro Fernando Haddad. O decreto inicial, divulgado em maio, foi seguido por uma medida provisória (MP) publicada em junho que previa alternativas, como a elevação das taxas sobre apostas esportivas, conhecidas como bets, e investimentos antes isentos de imposto de renda. Tramitação A proposta de derrubar a medida do governo ganhou prioridade após aprovação de um requerimento de urgência na semana passada, e sua tramitação ocorre na esteira de um crescente descontentamento de setores do Congresso com decisões da equipe econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e com a demora na execução de emendas parlamentares. A oposição liderou a ofensiva, mas contou com apoio de parte significativa do centrão e até de integrantes da base do governo. A articulação foi lida como um recado político ao Planalto. O governo, por sua vez, argumenta que o aumento do IOF estava dentro da legalidade e era imprescindível para viabilizar programas sociais e compensar desonerações. Antes da votação, parte dos membros do governo já cogitava judicializar o assunto. A ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, escreveu na rede social X que não há base jurídica para o projeto que susta o decreto do IOF. Com a derrubada do decreto, a alíquota do IOF volta aos patamares anteriores, e o Executivo deve buscar outras alternativas de arrecadação – mais um desafio para o Planalto em um ano de ajustes fiscais e negociações orçamentárias difíceis. sf (ots)

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