Ataque aéreo israelense destrói parte do último hospital em funcionamento na Cidade de Gaza
Testemunhas disseram que o ataque destruiu os departamentos de terapia intensiva e cirurgia do hospital
Um ataque aéreo israelense destruiu parte do Hospital Batista Al-Ahli, o último hospital totalmente funcional na Cidade de Gaza, neste domingo, 13. Testemunhas disseram que o ataque destruiu os departamentos de terapia intensiva e cirurgia do hospital.
Em comunicado, o Exército israelense afirmou que a unidade de saúde era usada por militantes do Hamas para planejar ataques e informou que tomou medidas, como o envio de alertas e o uso de munições de precisão, para reduzir os danos a civis antes de realizar a operação.
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Um vídeo postado nas redes sociais parece mostrar enormes chamas e fumaça subindo depois que mísseis atingiram um prédio de dois andares. Várias pessoas, incluindo alguns pacientes ainda em leitos hospitalares, foram filmadas saindo correndo do local.
Uma criança que passara por uma lesão craniana faleceu em decorrência do "procedimento de remoção acelerado", segundo uma comunicação da Diocese Episcopal de Jerusalém, que tem ligação com o hospital.
O Ministério da Saúde de Gaza relatou que o edifício foi "totalmente arrasado", ocasionando o "deslocamento compulsório de pacientes e empregados do hospital".
Ataque aéreo em Gaza: evacuação acelerada
Um jornalista local, que se encontrava atuando no hospital, relatou que as Forças de Defesa de Israel telefonaram para um médico que realizava uma cirurgia no setor de emergência e solicitaram que desocupassem o hospital sem demora.
Supostamente, o oficial teria dito: "Todos os pacientes e pessoas desabrigadas devem se retirar para uma distância segura". "Vocês dispõem de apenas 20 minutos para sair."
Fotografias nas mídias sociais exibiram empregados e pacientes deixando o edifício enquanto ainda estava escuro do lado de fora.
Várias dezenas de palestinos, incluindo mulheres e crianças, também foram vistas escapando de um pátio dentro do hospital, onde buscavam refúgio.
O Al-Ahli — um pequeno centro de saúde antes do conflito — era o único hospital em pleno funcionamento na Cidade de Gaza, após a destruição do complexo médico e dos hospitais de Al-Shifa na porção setentrional da Faixa.
Ataque aéreo em Gaza: Hamas condena o ataque
Em sua declaração, a assessoria de imprensa governamental, sob a direção do Hamas, reprovou o ataque.
A nota expressa que Israel "está perpetrando um delito hediondo ao alvejar o Hospital Al-Ahli, que acolhe centenas de enfermos e profissionais da saúde".
Em outubro de 2023, uma detonação no referido hospital vitimou centenas de indivíduos. Dirigentes palestinos imputaram a detonação a um ataque israelense. Israel alegou que a detonação foi provocada por um lançamento mal sucedido de um foguete pelo grupo militante Jihad Islâmica Palestina, que refutou a responsabilidade.
As forças armadas israelenses iniciaram uma campanha para aniquilar o Hamas em retaliação a um ataque transfronteiriço inédito em 7 de outubro de 2023, no qual aproximadamente 1.200 israelenses perderam a vida e outros 251 foram feitos reféns.
Mais de 50.933 pessoas faleceram em Gaza desde então, conforme dados do Ministério da Saúde do território administrado pelo Hamas. Dentre esses, 1.563 foram mortos a partir de 18 de março, quando Israel retomou sua ofensiva na Faixa de Gaza, comunicou o ministério.