Trump é alvo de novo indiciamento por tentar reverter eleições de 2020
Após Suprema Corte conceder imunidade ao republicano por atos cometidos em seu período na Casa Branca, acusações passam a focar seu papel como candidato à reeleição, e não como presidente no exercício do cargo.O ex-presidente dos Estados Unidos e candidato republicano às eleições presidenciais deste ano, Donald Trump, se tornou alvo de um novo indiciamento nesta terça-feira (27/08) que retoma as acusações de que ele teria tentado reverter sua derrota nas eleições presidenciais de 2020. O procurador especial Jack Smith teve de realinhar o foco das acusações, após a Suprema Corte americana julgar que o ex-presidente possui imunidade contra possíveis crimes cometidos no exercício do cargo. A revisão do indiciamento inclui as mesmas acusações colocadas no ano passado contra Trump. A diferença é que agora elas estão voltadas para seu papel como candidato à reeleição, e não como presidente ainda em exercício. Por causa disso, o novo indiciamento não inclui as acusações de que o ex-mandatário teria tentado pressionar o sistema de Justiça dos EUA a reverter o resultado das eleições que deram vitória ao democrata Joe Biden. Esta seria uma tentativa dos promotores de preservar o caso, após a decisão da Suprema Corte que decidiu que Trump não poderia ser julgado por essa acusação. O caso foi apresentado a um grande júri que não tinha ouvido as evidências do caso original, afirmou um porta-voz do Departamento de Justiça dos EUA. Assim como na primeira tentativa de indiciamento, Trump será acusado de conspirar para impedir a certificação da eleição de Biden no Congresso. Esquemas fraudulentos A nova versão se baseia em depoimentos e provas levadas por testemunhas que são de fora dos círculos do governo federal, como Rusty Bowers, ex-presidente da Câmara dos Representantes do estado do Arizona. Segundo o indiciamento, Bowers teria sido pressionado por Trump e outro co-conspirador para convocar uma sessão especial para uma audiência na qual seriam ouvidas acusações infundadas de fraude eleitoral. Uma das acusações mais impactantes feitas por Smith no novo indiciamento é a de que Trump teria participado de um esquema orquestrado por aliados para aliciar eleitores nos estados onde a eleição foi mais disputada e vencida pelos democratas. Esses eleitores dariam depoimentos falsos de que o republicano teria vencido o pleito nesses estados. Também estão mantidas as acusações de que Trump teria tentado pressionar o então vice-presidente Mike Pence a rejeitar o resultado legítimo das eleições, e que ele e seus aliados teriam tentado explorar o caos durante a invasão do Capitólio por apoiadores de Trump, em 6 de janeiro de 2021, para atrasar a certificação da vitória de Biden. Volta aos tribunais Os promotores e os advogados de Trump retornarão ao tribunal para uma nova audiência na próxima semana, a primeira desde dezembro do ano passado. Em postagem em sua rede social, a Truth Social, Trump chamou o novo indiciamento de "um ato de desespero" e "um esforço para ressuscitar uma 'caça às bruxas' que já estava morta" e exigiu a suspensão imediata do indiciamento. Trump disputará as eleições presidenciais americanas pelo Partido Republicano contra a atual vice-presidente Kamala Harris, do Partido Democrata, no dia 5 de novembro. rc/ra (Reuters, AP)
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