Presidente do Parlamento da Venezuela propõe proibir observação internacional nas eleições
O presidente do Parlamento da Venezuela, o dirigente chavista Jorge Rodríguez, propôs, nesta terça-feira (13), reformar a lei para proibir observadores internacionais nas eleições do país.
Durante uma sessão unicameral na Assembleia Nacional, controlada pelo chavismo, Rodríguez apresentou a ideia ao questionar as posições do Centro Carter e de um painel de especialistas da ONU em relação às eleições de 28 de julho, nas quais o presidente Nicolás Maduro foi proclamado vencedor entre denúncias de fraude da oposição.
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"Proponho que façamos uma reforma das leis eleitorais da Venezuela para que nunca mais nenhum estrangeiro venha tomar posição sobre nada que tenha a ver com as eleições (...) Por que eles têm que vir? Com que direito? Que tipo de capacidade eles têm?", declarou Rodríguez.
O Centro Carter questionou o fato de que a autoridade eleitoral ainda não havia publicado os resultados detalhados das eleições e levantou dúvidas sobre a versão oficial de um ataque cibernético ao sistema de apuração.
Rodríguez classificou os membros dessa organização como "lixo pago pela USAID", a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional.
"Eles estão dizendo todo tipo de barbaridade que lhes passa pela cabeça, sem provas, sem qualquer tipo de evidência, sem nada, porque vieram com um objetivo: prejudicar e agredir", afirmou.
O líder legislativo também criticou o anúncio do painel de especialistas da ONU de que tornará público seu relatório sobre as eleições, que inicialmente deveria ser privado.
"Esse painel de especialistas é um painel de lixo sem palavra, porque assinaram dizendo que o relatório seria privado e que apenas o poder eleitoral da Venezuela e o secretário-geral das Nações Unidas [António Guterres] o conheceriam, e agora anunciam que irão divulgá-lo publicamente", concluiu.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou a reeleição de Maduro por seis anos com 52% dos votos, mas a oposição publicou em um site cópias de atas que, garantem, demonstram uma vitória de seu candidato, Edmundo González Uruttia.
Protestos que eclodiram após a proclamação da vitória de Maduro deixaram pelo menos 25 mortos, dois deles militares, e 192 feridos segundo fontes oficiais. Mais de 2.400 pessoas foram presas.
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