EUA defende hegemonia na natação olímpica com a Austrália como grande rival
Katie Ledecky e Caeleb Dressel são os protagonistas na luta dos Estados Unidos para manter sua supremacia na piscina olímpica nos Jogos de Paris-2024, onde a Austrália é sua principal ameaça e o escândalo de doping chinês como um tenso pano de fundo.
O poderoso 'Team USA', que tem um histórico de domínio neste esporte, terminou na liderança dos Jogos de Tóquio em 2021 com um total de 30 medalhas, 11 delas de ouro, à frente da Austrália (total de 20 e 9 de ouro).
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Os Estados Unidos estão no topo do quadro de medalhas desde a última derrota, em Seul-1988, mas a Austrália os surpreendeu ao conquistar mais títulos no Mundial de 2023.
As duas potências vão agora travar a grande disputa durante os nove dias de natação em La Défense Arena, em Nanterre (arredores de Paris), sede da equipe de rugby Racing 92 e o maior ginásio coberto da Europa, que foi montado para receber cerca de 15 mil pessoas espectadores.
- Ledecky contra Titmus e McIntosh -
Com o gigante Michael Phelps aposentado, Katie Ledecky é a figura mais emblemática presente em Paris com suas sete medalhas de ouro e ainda é a mulher a ser batida nos 800 e 1.500 metros livre.
Aos 27 anos, a americana tem idade para chegar à próxima edição dos Jogos Olímpicos em casa, em Los Angeles-2028, mas primeiro terá a chance de se firmar em Paris como a nadadora olímpica de maior sucesso, caso supere as oito medalhas de ouro da compatriota Jenny Thompson.
Sua aura de imbatibilidade, porém, já começou a ruir há alguns anos nos 400 m livre.
Essa prova, destaque do primeiro dia de sábado, trará um dos duelos mais esperados destes Jogos, em três bandas, entre Ledecky e seus jovens rivais Ariarne Titmus e Summer McIntosh.
A australiana Titmus, que destronou Ledecky em uma eletrizante final de Tóquio-2020, aparece como um ligeiro favoritismo, já que também detém o recorde mundial.
As duas terão que ficar atentas à canadense McIntosh, que já surpreendeu o mundo esportivo ao quebrar o recorde desta prova em 2023, quando tinha apenas 16 anos.
- Marchand, a esperança local -
O foco também estará em Léon Marchand, um dos heróis que a França aguarda nos Jogos de Paris.
O nadador de Toulouse, cinco vezes campeão mundial, quer brilhar nos 200m medley, 200m borboleta e 400m medley, distância em que em 2023 quebrou o recorde mundial de Michael Phelps, que durou 15 anos.
Os 100 m livre, considerada a principal prova desta modalidade, promete fortes emoções com o embate entre duas joias emergentes de 19 anos: David Popovici e Pan Zhanle.
O romeno Popovici, bicampeão mundial em 2022 em Budapeste, quebrou o recorde mundial do brasileiro César Cielo naquele ano, mas em fevereiro passado viu Pan Zhanle baixar o tempo para 46,80s.
Todos sonham com um protagonismo como o conquistado em Tóquio pelo americano Caeleb Dressel, dono de cinco ouros naquela edição.
Mais tarde, lutando contra o pesado rótulo de "novo Michael Phelps", Dressel deixou o futuro de sua carreira em aberto em diversas ocasiões para proteger sua saúde mental.
Aos 27 anos, ele está de volta a Paris para defender as medalhas de ouro nos 50m livre e nos 100m borboleta, embora não tenha conseguido a vaga para nos 100m livre.
- A sombra do doping -
Outro veterano das piscinas, Adam Peaty, quer ser o primeiro a vencer a mesma prova em três Jogos consecutivos, também desde Phelps.
O britânico buscará esse feito nos 100m peito, onde quem o aguarda é o chinês Qin Haiyang, que venceu as três provas dessa modalidade no Mundial de 2023.
Qin é um dos nomes de maior destaque no grupo de 23 nadadores chineses que testaram positivo em 2021 para trimetazidina (TMZ), uma substância proibida, numa polêmica que só veio à luz este ano e que paira sobre o evento parisiense.
Estes atletas, alguns dos quais conquistaram medalhas meses depois em Tóquio, não foram sancionados pela Agência Mundial Antidopagem (WADA), que aceitou as explicações chinesas de que os resultados foram produto de contaminação alimentar durante uma concentração.
Onze desses nadadores estarão presentes em Paris, onde nomes como Dressel e Ledecky alertaram que não confiam na idoneidade da competição.
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