Macron diz que França está 'pronta' para sediar os Jogos de Paris-2024
O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou nesta segunda-feira (22) que a França está "pronta" para sediar os Jogos Olímpicos de Paris 2024, quatro dias antes do início do grande evento esportivo mundial.
"Estamos prontos e estaremos prontos durante toda a competição", disse Macron durante uma visita à Vila Olímpica em Saint-Denis, ao norte de Paris.
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Quatro dias antes da inédita cerimônia de abertura, nas margens do Sena, Macron supervisionou com o seu ministro do Interior, Gérald Darmanin, os elementos de segurança "mais confidenciais".
"Há anos trabalhamos nestes Jogos e estamos no início de uma semana decisiva com a cerimônia de abertura na sexta-feira" e o desenvolvimento dos Jogos "cem anos depois" dos últimos realizados na capital francesa, garantiu.
A organização finaliza os últimos preparativos para a cerimônia de abertura, com dois ensaios do desfile no rio agendados para segunda e quarta-feira, antes do grande dia, na sexta-feira.
O sol e as previsões meteorológicas dos últimos dias trouxeram alívio à organização, depois do pesadelo das chuvas intermináveis de junho, quando a qualidade da água do Sena e seu caudal não permitiam banhos, o que disparou todos os alarmes.
O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, também visitou a Vila Olímpica, onde chegam milhares de atletas e dirigentes, e onde são esperados até 14.500 no auge dos Jogos.
O complexo, que consiste em 40 blocos habitacionais, foi construído com técnicas inovadoras, utilizando concreto com baixa emissão de carbono, reciclagem de água e materiais reutilizados.
O objetivo também era substituir o uso de ar-condicionado por um sistema de refrigeração natural, mas algumas delegações olímpicas encomendaram cerca de 2.500 aparelhos de refrigeração portáteis para seus atletas.
Os Jogos também representam um impulso para a região de Seine-Saint-Denis, uma das mais pobres da França, onde estão localizadas a Vila Olímpica e o principal estádio de atletismo do Paris-2024.
Macron prometeu que a área não seria esquecida após o evento olímpico. "Voltarei depois dos Jogos para ver o legado com vocês e ver como a vida mudou", acrescentou durante visita à Vila Olímpica.
- Israel é "bem-vindo" -
Depois de dois meses focado na situação política, desde as eleições europeias às legislativas que abalaram a França, o líder de centro-direita recupera o ritmo olímpico, embora as polêmicas continuem no país.
O ministro das Relações Exteriores francês, Stéphane Séjourné, afirmou que "a delegação israelense é bem-vinda na França", em resposta às polêmicas declarações de um deputado de esquerda que chamou a "mobilizações" contra a ofensiva israelense em Gaza.
No sábado, durante uma manifestação de apoio ao povo palestino, o deputado francês Thomas Portes, do A França Insubmissa (LFI), afirmou que "atletas israelenses não são bem-vindos aos Jogos Olímpicos de Paris".
Após uma onda de indignação, esclareceu sua declarações e mencionou uma relação com a Rússia, cujos atletas participarão sob bandeira neutra e estarão ausentes do desfile inaugural devido à invasão russa da Ucrânia iniciada em 2022.
O ministro do Interior de centro-direita, Gérald Darmanin, acusou-o de "colocar um alvo nas costas dos atletas israelenses", com traços de "antissemitismo".
Os atletas israelenses "já são os que correm maior perigo nos Jogos Olímpicos", disse o presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (Crif), Yonathan Arfi, que lembrou os 11 "assassinados por terroristas palestinos" em Munique-1972.
O presidente israelense, Isaac Herzog, estará em Paris para a abertura dos Jogos, anunciou seu gabinete no domingo.
O Ministério do Interior disse à AFP que fará "ajustes" nas medidas de segurança de algumas delegações, como as de Israel, dos Estados Unidos e do Irã.
Em abril, uma fonte de segurança explicou que algumas, como as dos atletas israelenses e americanos, teriam seus "próprios" meios para garantir sua segurança.
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