Trump ataca Biden e diz que será "mais fácil" derrotar Kamala
Trump também sugeriu que o Partido Republicano seja reembolsado pelo que chamou de "fraude" em torno de Biden
O ex-presidente dos Estados Unidos e candidato à eleição deste ano pelo Partido Republicano Donald Trump afirmou neste domingo, 22, que o atual presidente Joe Biden, seu adversário político, é um "homem incompetente" que "nunca deveria ter sido presidente", e que, segundo Trump, não está apto para servir no cargo. "Ele está destruindo nosso país!", afirmou o republicano em sua rede social, a Truth Social, similar ao X (antigo Twitter).
Trump também sugeriu que o Partido Republicano seja reembolsado pelo que chamou de "fraude" em torno de Biden. "Então, somos forçados a gastar tempo e dinheiro lutando contra o corrupto Joe Biden, ele teve uma péssima votação depois de um debate terrível e desiste da disputa. Agora temos que começar tudo de novo. Não deveria o Partido Republicano ser reembolsado pela fraude, pois todos ao redor de Joe, incluindo seus médicos e a mídia de notícias falsas, sabiam que ele não era capaz de concorrer ou ser presidente?", questionou Trump na publicação.
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O ex-presidente líder da extrema-direita também opinou sobre a emissora que transmitirá o próximo debate presidencial americano, afirmando que ABC News - que chamou de "Fake News ABC" - deveria ser substituída pela Fox News, dado o "viés" do último canal responsável pelo debate.
Ao canal CNN, Trump disse ainda que será “mais fácil” derrotar a vice-presidente Kamala Harris caso ela assuma a candidatura democrata. Apesar da afirmação do ex-presidente, ainda não está claro se Kamala Harris, de fato, irá assumir a candidatura no lugar de Biden. Ele ainda precisa da aprovação durante convenção do partido Democrata. O republicano disse ainda que Biden é “de longe, o pior presidente da história” dos Estados Unidos.
A desistência de Joe Biden de tentar se reeleger presidente dos Estados Unidos também abala a campanha de seu adversário, o republicano Donald Trump, até agora centrada em sua oposição ao democrata e para quem esta é uma "má notícia", segundo um especialista.
Há meses, Trump e seus aliados expressam preocupação e críticas pelo estado de saúde do presidente em fim de mandato, de 81 anos. Divulgaram videoclipes com cada um de seus passos em falso: seus episódios de gagueira, erros ao falar e tropeços.
Na convenção republicana de Milwaukee (norte), J.D. Vance, o nome escolhido por Trump para ser seu colega de chapa, também disparou acusações contra o democrata.
Com a desistência do rival, a campanha do candidato republicano que sobreviveu a uma tentativa de assassinato se vê obrigada a dar uma guinada estratégica.
"A desistência de Biden é uma má notícia para Trump", afirmou à AFP Henry Olsen, do centro de reflexão conservador Ethics and Public Policy Center.
O presidente Biden tem, "a esta altura de sua Presidência, o nível de aprovação mais baixo já registrado nas pesquisas para um primeiro mandato e está irremediavelmente obstaculizado por sua idade", assinalou o analista político antes do anúncio da desistência, neste domingo.
Teria sido "muito melhor para Trump disputar contra ele do que com qualquer outro possível adversário", acrescentou.
Até pouco tempo atrás, a equipe de campanha do republicano minimizava as possibilidades de uma desistência, mas trabalhou recentemente nos bastidores em ataques contra a vice-presidente Kamala Harris, que antes de receber, neste domingo, o apoio de Biden para ser a candidata democrata, já soava como possível substituta na disputa eleitoral.
Esta ex-senadora pela Califórnia, de 59 anos, que se tornou a primeira mulher e a primeira pessoa negra e de origem asiática a ser vice-presidente dos Estados Unidos, pode ter que competir com outros nomes do Partido Democrata para ser escolhida candidata.
Há meses, os eleitores manifestam aos pesquisadores seu desejo de serem representados por um candidato mais jovem.
Portanto, eleger um governador democrata jovem que represente um estado-chave poderia representar uma ameaça para o tempestuoso republicano, que teria 82 anos no final de um eventual segundo mandato, caso vença as eleições.
Mas uma campanha liderada por Kamala Harris poderia ser ainda mais perigosa para Trump, porque poderia atrair o eleitorado feminino, que historicamente vota mais que os homens, e representa o calcanhar de Aquiles do republicano.
Também daria aos democratas a oportunidade de redefinir, na convenção nacional do partido em agosto, esta campanha presidencial como um choque cultural.
De fato, a ex-procuradora enfrentaria o primeiro presidente condenado da história dos Estados Unidos. Além disso, Trump está envolvido em outros casos judiciais.
Harris encarnou, ainda, a defesa do direito ao aborto no governo democrata de Biden, um tema explosivo que já paralisou o Partido Republicano nas urnas.
Kamala Harris obteria melhores resultados que Joe Biden contra Donald Trump em Michigan e na Pensilvânia, dois estados que poderiam definir as eleições, segundo uma pesquisa recente.
Mas a vice-presidente tem a desvantagem de já estar no cargo, o que significa que Trump poderá atacá-la pelo mesmo histórico de Biden, particularmente pela imigração ilegal.
O Partido Democrata tem outras opções, como os governadores Josh Shapiro, Gretchen Whitmer e Gavin Newsom.
Este último, governador da Califórnia, já protagonizou diversos enfrentamentos com figuras republicanas, portanto não se deixaria intimidar pelos ataques de Trump.
Gretchen Whitmer é a ponta de lança do partido democrata em Michigan, um estado-chave.
O governador de outro estado-pêndulo, a Pensilvânia, Josh Shapiro, também é um sério candidato.
Quem quer que obtenha a nomeação democrata, não se salvará dos embates do bilionário tempestuoso.
"A destruição e o caos provocado pela administração Biden não é obra apenas de Joe, o Corrupto, é obra de todo o Partido Democrata", disse recentemente a equipe de campanha de Donald Trump. "Ninguém agiu pior que Kamala Harris, que mentiu reiteradamente", acusou.
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