Morrem 40 migrantes após incêndio de embarcação na costa do Haiti

Pelo menos 40 migrantes morreram e vários ficaram feridos após a embarcação na qual viajavam pegar fogo na costa do Cabo Haitiano, norte do Haiti, informou nesta sexta-feira (19) a Organização Internacional para as Migrações (OIM) em um comunicado. 

A embarcação, com mais de 80 pessoas, partiu de Labadee na quarta-feira em direção às Ilhas Turcas e Caicos, território britânico cerca de 250 quilômetros ao norte. 

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A Guarda Costeira do Haiti resgatou 41 pessoas, entre elas, 11 foram hospitalizadas.

"Este evento devastador destaca os riscos enfrentados por crianças, mulheres e homens que migram por rotas irregulares e mostra a necessidade crucial de caminhos legais e seguros para a migração", disse Grégoire Goodstein, chefe da missão da OIM no Haiti, no comunicado. 

"A situação socioeconômica no Haiti é angustiante. A violência extrema dos últimos meses levou os haitianos a tomarem medidas ainda mais desesperadas", acrescenta. 

O Haiti, o país mais pobre das Américas, sofre há muito tempo com gangues criminosas que controlam 80% da capital, Porto Príncipe, e as principais rodovias nacionais. 

Vários destas gangues, acusadas de assassinatos, saques, estupros e sequestros, uniram forças em fevereiro para desafiar o então primeiro-ministro Ariel Henry. 

Em sua ofensiva atacaram prisões, delegacias, edifícios públicos e o aeroporto, além de bairros residenciais. 

"A falta de oportunidades econômicas, o colapso do sistema de saúde, o fechamento de escolas e a ausência de perspectivas levam muitos a considerar a migração como a única forma de sobreviver", alerta o comunicado da OIM. 

Segundo esta organização da ONU, a Guarda Costeira haitiana tem observado um número crescente de tentativas de saída de barcos para o norte. 

Este ano, os países vizinhos devolveram à força mais de 86 mil migrantes ao Haiti, afirma a OIM, que está preocupada com o seu retorno "neste período de agitação e incerteza". 

O novo governo do Haiti anunciou o início iminente de operações policiais contra gangues. 

As forças nacionais contarão com o apoio de 400 policiais quenianos, enviados a Porto Príncipe no âmbito de uma missão multinacional de segurança apoiada pela ONU.

bur-bfm/bbk/gma/db/jc/dd

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