Maduro defende sua posição como chefe das Forças Armadas, cortejadas pela oposição

À frente das Forças Armadas, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, defendeu nesta sexta-feira (5) sua posição como comandante em chefe do corpo militar, que tem sido cortejado pela oposição às vésperas das eleições presidenciais de 28 de julho.

"Tenho em minhas mãos [...] o bastão de comandante em chefe das Forças Armadas. Este bastão, que me confere o comando constitucional das forças, tenho carregado com honra, com honestidade", disse, ao liderar o desfile militar pelo Dia da Independência na Venezuela.

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"Jamais este bastão de comando cairá nas mãos de um oligarca, de um fantoche, de um traidor. Juro, jamais!", continuou. "A vitória nos pertence!"

A Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), que jurou lealdade a Maduro, celebrou o Dia da Independência exibindo tanques, fuzis e armamento.

Também participou do desfile uma delegação de militares russos que estão no país, e houve uma apresentação de acrobacias realizadas por motociclistas, atividade recentemente declarada esporte nacional.

O presidente, que trotou a cavalo após receber o bastão de comando da FANB, tem dado amplos poderes aos militares, que controlam, além das armas, empresas de mineração, petróleo e distribuição de alimentos, assim como a alfândega e ministérios importantes.

Além disso, o corpo militar se declarou "profundamente chavista", em referência ao antecessor de Maduro, o finado presidente Hugo Chávez (1999-2013), que veio das Forças Armadas.

Sua atual saudação começa com um "Chávez vive!".

- 'Uma nova etapa' -

A celebração da independência venezuelana também foi uma oportunidade para o principal candidato da oposição, Edmundo González, pedir às Forças Armadas que "respeitem e façam respeitar" o resultado das eleições de 28 de julho, as quais garante que vencerá. 

"Devem ser guardiões de nossa Constituição e garantes do respeito à decisão do povo soberano", escreveu González em um comunicado. 

"O povo confia que sua instituição militar respeite e faça respeitar sua vontade soberana", acrescentou. "Convido-os a uma nova fase que começará em nosso país, na qual novamente terão um papel de destaque."

González, com o apoio da líder popular María Corina Machado, está à frente na maioria das pesquisas para as eleições presidenciais, nas quais Maduro aspira conquistar um terceiro mandato que o levaria a 18 anos no poder. 

Para Machado, politicamente inabilitada, o papel dos militares "será crucial" porque garantirá a transição para a democracia, segundo um vídeo nas redes sociais. 

"Membros das Forças Armadas, a nação precisa de vocês, a Constituição deve ser seu norte e guia", acrescentou. 

"Estamos convencidos de que nossos militares garantirão uma transição legítima e organizada... Convido-os a participar decisivamente deste futuro iminente e luminoso. Não falhem conosco e não falharemos com vocês!"

Os Estados Unidos também aproveitaram para pedir eleições "presidenciais inclusivas e competitivas", após críticas feitas pela inabilitação e detenção de opositores, além da exclusão da observação da União Europeia (UE).

"No 213º aniversário da independência da Venezuela, o povo e o governo dos Estados Unidos continuam sendo um parceiro comprometido em apoiar seus esforços para construir um futuro pacífico, próspero e democrático para sua nação", declararam em comunicado.

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