Acusado de atentado contra Kirchner na Argentina diz que 'jamais mataria uma pessoa'

Nicolás Carrizo, acusado de cumplicidade na tentativa de homicídio contra a ex-presidente argentina Cristina Kirchner, defendeu-se nesta quarta-feira (3) ao dizer que "nunca mataria uma pessoa" e chorou várias vezes durante a segunda audiência do julgamento em Buenos Aires. 

Carrizo foi identificado como um "planejador", depois que mensagens incriminatórias foram encontradas em seu celular, após a tentativa de assassinato de Kirchner em 1º de setembro de 2022. 

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Naquele dia, Fernando Sabag Montiel, de 37 anos, disparou duas vezes o gatilho contra o rosto da então vice-presidente, sem que as balas saíssem.

"Todas as mensagens eram brincadeiras porque foram depois do ataque, nunca troquei mensagem com eles planejando nada", explicou Carrizo, referindo-se aos outros dois acusados. 

O julgamento se concentra em Sabag, sua ex-namorada Brenda Uliarte, acusada de ser coautora, e Carrizo, que era empregador dos dois como vendedores ambulantes.

Após o ataque fracassado, Carrizo gabou-se de que seu "funcionário" havia executado a tentativa de assassinato. "Eu o aplaudo, ele estava a um segundo de ser um herói nacional", foi uma das mensagens encontradas em seu celular. 

Nesta quarta-feira, no tribunal, Uliarte tentou depor antes de Carrizo, mas depois de alguns minutos respondendo perguntas pediu a anulação do seu depoimento por não se sentir em condições de fazê-lo.

Horas antes, o advogado de Uliarte, Alejandro Cipolla, disse à imprensa que sua cliente não pretendia depor porque havia tomado comprimidos que alteraram sua lucidez. 

Sabag afirmou na quarta-feira passada, na primeira audiência do julgamento, que a tentativa de assassinato foi "um ato de justiça", já que "Kirchner é corrupta, rouba e prejudica a sociedade".

"A ideia era matar Cristina", disse Sabag ao assumir a responsabilidade pelo ataque. O vendedor ambulante é acusado de tentativa de homicídio qualificado, crime que pode levar a uma pena de até 25 anos. 

A defesa da ex-presidente solicitou que neste processo fossem investigados os supostos idealizadores do ataque ou possível apoio financeiro, pistas que atualmente fazem parte de um procedimento paralelo.

Ao longo das audiências que decorrerão semanalmente às quartas-feiras, serão ouvidas quase 300 testemunhas, incluindo a própria Kirchner, em um julgamento que pode durar um ano.

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