Extrema direita francesa rompe com aliados alemães no Parlamento Europeu

O principal partido de extrema-direita da França anunciou, nesta terça-feira (21), que rompeu com seus aliados do alemão AfD no Parlamento Europeu, após uma série de polêmicas provocadas pela sigla extremista germânica.

O presidente do Ressemblement Nacional (RN, Reunião Nacional), Jordan Bardella, "tomou a decisão de não se sentar mais" com os alemães na próxima legislatura, disse à AFP seu diretor de campanha, Alexandre Loubet, confirmando informações do jornal Libération.

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O gatilho foi uma declaração ao jornal italiano La Reppublica do cabeça da AfD, Maximilian Krah, que garantiu que um membro da organização nazista SS "não é automaticamente um criminoso".

Loubet justificou a decisão devido a uma série de polêmicas causadas por seus aliados alemães no grupo parlamentar europeu de Identidade e Democracia (ID), apesar de "discussões francas" no passado.

Em meados de janeiro, a participação de alguns dos seus membros em uma reunião de extrema-direita para discutir um projeto de expulsão em massa de estrangeiros chocou a Alemanha.

Em abril, a justiça alemã anunciou a abertura de uma investigação sobre suspeitas de financiamento russo e chinês a favor do eurodeputado Krah.

A União Europeia realizará eleições para o Parlamento Europeu de 6 a 9 de junho. Na Alemanha, a intenção de voto da AfD caiu até 15%, enquanto Bardella lidera na França com 32%, segundo as pesquisas.

A decisão francesa abala a organização da extrema direita na Europa, até agora dividida em dois grupos: o ID e os Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), liderados pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.

A líder do RN, Marine Le Pen, participou no domingo e foi aplaudida em um comício do partido espanhol de extrema-direita Vox, em Madri, apesar de a legenda espanhola fazer parte do ECR.

A hipótese de um novo grupo em torno dos futuros eurodeputados do partido do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, até agora não inscrito, ganha força em Paris.

"Eles têm um bom contato com os países orientais, com o Vox (...) Podem ser um ponto de encontro", diz um amigo próximo de Le Pen.

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