Ex-general russo que criticou operações na Ucrânia é preso por 'fraude'

O general e ex-comandante do 58º Exército russo destacado na Ucrânia, Ivan Popov, demitido em julho por ter alertado sobre as dificuldades no front, foi preso por "fraude", informaram nesta terça-feira (21) agências de notícias russas.

O general Popov "foi detido em 17 de maio sob suspeita de 'fraude em grande escala'" e será mantido em prisão provisória durante pelo menos dois meses, anunciou um tribunal militar de Moscou.

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Se for considerado culpado, o militar pode pegar até dez anos de reclusão.

Desde o final de abril, pelo menos dois altos oficiais do Exército russo, Timur Ivanov e Yuri Kuznetsov, foram detidos por corrupção e o ministro da Defesa, Sergei Shogu, foi substituído por um economista, Andrei Belusov.

Segundo Vladimir Putin, a missão deste último é "otimizar" os gastos das Forças Armadas russas e da indústria de Defesa, que opera em plena capacidade.

Em julho de 2023, poucos dias após a rebelião abortada do grupo paramilitar Wagner, Ivan Popov afirmou em uma mensagem de áudio ter sido suspenso do cargo de chefe do 58º Exército.

Este último é considerado um dos mais destacados em combate e estava, no momento da sua demissão, na região ucraniana de Zaporizhzhia (sul), onde sofria uma contraofensiva de Kiev.

Popov afirmou ter sido demitido por alertar "duramente" o alto comando sobre as dificuldades encontradas na Ucrânia, em particular as pesadas perdas humanas e a falta de equipamento avançado.

"As forças ucranianas não conseguiram penetrar o nosso Exército pela frente, mas fomos atingidos pelas costas pelo nosso comandante principal, que covardemente decapitou o Exército no momento mais difícil", afirmou, parecendo se referir ao chefe do Estado-Maior General, Valery Guerasimov.

Segundo a rede Telegram Gray Zone, supostamente próxima do grupo Wagner e com mais de 500 mil assinantes, Guerasimov acusou Popov de "desinformação" e "alarmismo" ao tomar conhecimento do seu relatório.

bur/mab/mb/jb

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