Argentina minimiza crise diplomática com a Espanha e a limita a um "assunto entre pessoas"

O governo argentino minimizou nesta segunda-feira (20) a crise diplomática aberta com a Espanha, depois de Javier Milei tratar a esposa do presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, como "corrupta".

Buenos Aires limitou o incidente a um assunto "entre pessoas e não entre países".

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"O Presidente Milei falou com a verdade como tem feito em qualquer país, em qualquer ambiente e perante qualquer auditório", disse o porta-voz presidencial Manuel Adorni, durante uma coletiva de imprensa em que voltou a considerar que o governo espanhol era quem deveria pedir desculpas.

A Espanha havia exigido que o presidente argentino retificasse publicamente as suas declarações e convocou o seu embaixador em Buenos Aires para consultas em sinal de protesto.

O ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel Albares, não descartou romper as relações diplomáticas, caso Milei não se retrate.

O governo argentino, no entanto, descreveu as declarações de Albares como "ameaças chamativas e impulsivas" e sustentou que "não compreendeu a razão do seu ressentimento (já que) o presidente argentino não mencionou ninguém em particular" em seu polêmico discurso.

"É impressionante que as relações entre dois países historicamente gêmeos estejam sob tensão devido a uma decisão mal pensada e confiamos que, uma vez superados os acontecimentos eleitorais na Europa que motivam estas ações, possamos redirecionar as relações", disse Adorni.

Durante um discurso em uma reunião de líderes de extrema direita organizada pelo partido espanhol Vox em Madri, Milei se referiu a Begoña Gómez, esposa de Sánchez, como uma "mulher corrupta".

"As elites globais não percebem o quão destrutivo pode ser implementar as ideias do socialismo (...), mesmo quando a mulher for corrupta, digamos, se suje [sic], e leve cinco dias para pensar sobre isso", declarou.

Embora não tenha mencionado o nome de Sánchez ou Gómez, suas palavras permitiram identificar o casal.

Adorni indicou que o governo argentino "insta que os funcionários do Reino da Espanha peçam desculpas pelas acusações feitas contra o presidente Milei, incluindo a de consumir substâncias, de ser um governo de ódio, de ser um exemplo de negacionismo e um ataque à democracia." Questionado se a Argentina teme as consequências de uma escalada diplomática, o porta-voz minimizou o fato.

"Não estamos preocupados com a reação diplomática porque o bom senso indica que não há razão para que exista e seria irracional se ocorresse. Diante de tantos insultos, desqualificações e acusações por parte de funcionários do governo espanhol, nós nunca envolvemos relações diplomáticas", concluiu Adorni.

Semanas atrás, o ministro dos Transportes da Espanha, Oscar Puente, sugeriu em discurso que Milei usava drogas, e na sexta-feira passada a número três do governo de Sánchez, Yolanda Díaz, acusou o presidente argentino de semear "ódio".

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Argentina diplomacia política Espanha Javier Milei Pedro Sánchez José Manuel Albares Adorni Begona Gomez Yolanda Díaz

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