Biden e Trump trocam acusações em visitas à fronteira EUA-México

Joe Biden e Donald Trump trocaram acusações sobre a crise migratória dos Estados Unidos durante visitas paralelas à fronteira entre os Estados Unidos e o México, nesta quinta-feira (29), abordando um dos temas decisivos para as eleições presidenciais de novembro.

Em discursos quase simultâneos no Texas, o ex-presidente republicano Trump descreveu o número recorde de travessias fronteiriças irregulares como a "invasão de Joe Biden", enquanto o presidente democrata instou seu rival a parar de "jogar política" ao sabotar a aprovação no Congresso das reformas migratórias propostas por seu governo para enfrentar a crise.

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A menos de oito meses das eleições, as pesquisas mostram que a maioria dos eleitores culpa Biden pelo número sem precedentes de entradas ilegais no país.

Apoiado em sua habitual retórica anti-imigração, Trump, de 77 anos, busca retornar à Casa Branca e pintou um quadro sombrio de americanos "sequestrados", "estuprados" e "brutalmente assassinados" por imigrantes.

"Joe Biden é responsável por esta invasão", disse Trump durante seu discurso na cidade de Eagle Pass, ao lado do governador republicano linha-dura Greg Abbott. A visita a Eagle Pass foi simbólica, já que Abbott assumiu o controle militar de uma área ao longo do rio Grande, que marca a fronteira, provocando um confronto com o governo federal dos Estados Unidos.

O Texas, o segundo estado mais populoso do país, realiza suas primárias na próxima terça-feira. Joe Biden e Donald Trump são, de longe, os favoritos de seus respectivos partidos.

Biden, em sua segunda viagem à fronteira desde que assumiu o cargo em 2021, reuniu-se com agentes da patrulha de fronteira e outros agentes em Brownsville, Texas, cerca de 480 quilômetros a leste de onde estava Trump.

A migração é um ponto fraco político de Biden, de 81 anos, além de sua idade, e os republicanos culpam o fluxo de imigrantes pelas políticas de Biden que favorecem o direito ao asilo.

Mas Biden aponta o dedo para Trump, acusando-o de sabotar os esforços para aprovar um projeto de lei de imigração bipartidário que daria às forças de fronteira mais pessoal e dinheiro.

"Isto é o que eu diria ao senhor Trump: Em vez de brinca de política com este assunto e dizer aos membros do Congresso para bloquear esta legislação, juntem-se a mim", afirmou.

Vestido com um casaco e um boné, antes de seu discurso Biden caminhou com agentes da patrulha de fronteira ao longo do rio, perto de um barco, um trailer e outros veículos usados em suas operações.

Biden estava acompanhado por seu secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, que foi alvo de uma tentativa de impeachment há mais de duas semanas pelos republicanos na Câmara dos Representantes, por supostamente não cumprir suas obrigações.

A escolha do local também foi significativa: as travessias de migrantes ao redor de Brownsville foram reduzidas em quase um quarto em janeiro, em parte devido à cooperação da administração Biden com o México.

Apesar dos feitos que Biden destaca, mais de 2,4 milhões de migrantes cruzaram a fronteira sul apenas em 2023, em grande parte vindos da América Central e Venezuela enquanto fogem da pobreza, violência e desastres causados pelas mudanças climáticas.

Trump, um populista de extrema direita, prometeu o maior programa de deportação já realizado nos Estados Unidos se voltar à Casa Branca.

Trump passou grande parte de seu mandato entre 2017 e 2021 prometendo finalizar um muro ao longo da fronteira com o México, do qual apenas uma pequena parte foi construída. Intensificando sua retórica, ele acusou os imigrantes de "envenenar o sangue" do país, em comentários que, segundo Biden, lembravam os nazistas.

A campanha de Trump descreveu a fronteira atual como uma "cena de crime" e disse que o ex-presidente "esboçaria seu plano para colocar os Estados Unidos em primeiro lugar e garantir a fronteira imediatamente após assumir o cargo".

A campanha de Biden considerou o discurso de Trump como "delirante".

As pesquisas mostram que o tema é uma fraqueza para a candidatura de Biden, que busca um segundo mandato, e uma pesquisa da emissora norte-americana NBC mostra que Trump lidera Biden por 30 pontos no tema da imigração.

Biden insistiu no início desta semana que não tinha planejado deliberadamente o conflito de horários com Trump, a quem derrotou nas eleições de 2020, e disse que não sabia que seu oponente também iria.

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