Indonésia dá início a eleições com ex-general favorito à presidência
Os indonésios começaram a votar nesta quarta-feira (14, noite de terça em Brasília) em uma eleição com o ex-general e ministro da Defesa Prabowo Subianto como favorito à presidência, apesar da preocupação com seu histórico em questões de direitos humanos.
As pesquisas mais recentes indicavam que Subianto, funcionário do alto escalão militar no declínio da ditadura de Suharto há 25 anos, obteria votos suficientes para evitar um segundo turno nas eleições presidenciais.
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Em sua quinta eleição desde o fim desse regime em 1998, quase 205 milhões de pessoas estão convocadas a votar para escolher seu novo presidente e seus deputados e representantes locais.
Três candidatos aspiram à presidência deste enorme arquipélago asiático, o quarto país mais populoso do mundo, com quase 280 milhões de habitantes: Subianto, o ex-governador de Jacarta Anies Baswedan e o ex-governador de Java Central Ganjar Pranowo.
Aos 72 anos, o ex-general é o claro favorito após uma campanha de retórica populista na qual se comprometeu a seguir as políticas do presidente em fim de mandato Joko Widodo, que não pode concorrer à reeleição.
Widodo desfruta de alta popularidade após dois mandatos de crescimento econômico constante, exceto por um breve período na pandemia, e relativa estabilidade política nesta jovem democracia.
Sob sua liderança, a Indonésia iniciou um programa de desenvolvimento e construção de infraestrutura e de nacionalização de recursos para transformar o maior produtor mundial de níquel em um ator-chave na cadeia de abastecimento de veículos elétricos.
"Lutaremos para levar prosperidade a todo o povo da Indonésia. Continuaremos o que já estava sendo construído com os presidentes anteriores", disse Subianto em seu último comício de campanha.
As seções eleitorais abriram às 07h00 locais (19h00 de terça-feira em Brasília) na ilha mais oriental de Papua e fecharão às 13h00 (03h00 de quarta-feira em Brasília) na outra ponta do país, na selva de Sumatra.
"Votarei no melhor para desenvolver Papua", disse à AFP o estudante de 19 anos Daton, que só quis dar seu nome, nesta província que é há décadas palco de uma insurgência separatista.
Subianto precisa de pelo menos 50% dos votos a nível nacional e um mínimo de 20% dos votos em mais da metade das províncias do país para garantir a presidência no primeiro turno.
Grupos de defesa dos direitos humanos estão preocupados com um retrocesso nas liberdades se o ex-general vencer, acusado de ordenar o sequestro de ativistas nos últimos anos da ditadura de Suharto.
Na verdade, Subianto foi expulso do Exército em 1998 por esses sequestros, que ele sempre negou e pelos quais nunca foi formalmente acusado.
Desde então, o ex-general restaurou sua imagem, em parte graças a uma eficaz campanha midiática dirigida aos jovens, na qual ele é apresentado como um "avô adorável".
Outro fator-chave de sua popularidade é ter o filho mais velho de Widodo, Gibran Rakabuming Raka, como candidato a vice-presidente de sua chapa.
Alguns especialistas jurídicos e ONGs acusaram Widodo de usar indevidamente fundos governamentais em favor de seu ministro, algo rejeitado por sua equipe.
"São apenas ataques dos oponentes. Não quero ouvir nada de ruim sobre eles", disse Novita Agustina, uma jovem de 24 anos que viajou quatro horas para participar de um comício de Subianto no fim de semana.
O ex-governador de Jacarta Baswedan se apresenta como principal rival de Subianto em um eventual segundo turno, enquanto Pranowo, favorito no início, desmoronou mas pode ser importante para inclinar as maiorias.
As 800 mil seções eleitorais espalhadas por este país com três fusos horários abrirão por apenas seis horas.
Os resultados oficiais não serão publicados até março, mas na mesma quarta-feira à noite será conhecida uma contagem rápida que deve dar uma indicação confiável do vencedor.
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