Explosões antes das eleições matam 28 no Paquistão
Ao menos 28 pessoas morreram nesta quarta-feira (7) no Paquistão em duas explosões perto de comitês de campanha de candidatos na conturbada região sudoeste do país, um dia antes das eleições legislativas e provinciais de 8 de fevereiro, anunciaram as autoridades.
As eleições foram marcadas pela violência e por acusações de manipulação após a detenção do ex-primeiro-ministro e vencedor do pleito em 2018, Imran Khan, que foi destituído do posto de chefe de Governo pelo Parlamento em 2022 em uma moção de censura.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
"O objetivo das explosões de hoje era sabotar as eleições", declarou Jan Achakzai, ministro da Informação da província do Baluchistão, onde aconteceram os ataques.
A votação começa na quinta-feira (8) às 08h00 (00h00 no horário de Brasília), com quase 18 mil candidatos às 266 cadeiras eleitas diretamente no Parlamento nacional e às 749 nas quatro assembleias provinciais.
Cerca de 128 milhões de pessoas estão habilitadas a votar neste país de 240 milhões de habitantes.
Embora nenhum grupo tenha reivindicado as explosões até o momento, várias milícias armadas atuam no Baluchistão e alegam lutar por uma melhor distribuição dos ricos recursos desta província. Há alguns anos, a província foi alvo de ataques do grupo extremista Estado Islâmico (EI).
O primeiro ataque, no qual morreram 16 pessoas, aconteceu diante do comitê de um candidato independente no distrito de Pishin, a quase 50 quilômetros de Quetta, a capital da região.
A segunda explosão matou mais 12 pessoas perto do gabinete de um candidato do partido islamista Jamiat Ulema-e-Islam-F na cidade de Killa Saifullah, 120 quilômetros mais ao leste, segundo Achakzai.
O ministro acrescentou que ao menos 34 pessoas ficaram feridas nas explosões.
"Apesar das explosões de hoje, as eleições acontecerão amanhã. O povo do Baluchistão vai sair de casa amanhã sem medo", afirmou o ministro provincial.
Mais de meio milhão de agentes das forças de segurança foram mobilizados nesta quarta-feira, véspera das eleições, enquanto as autoridades distribuíam as cédulas de votação em mais de 90.000 centros eleitorais do país.
A campanha foi marcada por vários incidentes de segurança. Ao menos dois candidatos foram assassinados e dezenas foram alvos de ataques.