Massa e Milei encerram campanhas para eleição presidencial incerta na Argentina
O ministro da Economia, o peronista de centro Sergio Massa, e o líder libertário e ultradireitista Javier Milei encerram nesta quinta-feira (16) suas campanhas em um ambiente tenso na Argentina, antes do segundo turno presidencial de domingo, que se prevê acirrado e onde cada voto conta.
Massa, um advogado de 51 anos, prometeu a um grupo de empresários "um país e um governo que defendam sua indústria", antes de visitar uma escola secundária nesta quinta, onde foi ovacionado pelos estudantes.
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Apesar de suas promessas de incorporar todos os partidos em um governo de unidade nacional, caso vença, Massa luta para parecer crível sendo o ministro da Economia sob cuja gestão a inflação atingiu 143% ao ano e a pobreza assola mais de 40% da população.
No entanto, seus eleitores citam outras razões para escolhê-lo. "Vou votar no Massa porque sou contra o Milei, porque defendo os direitos humanos, a saúde e a educação. Desta vez, temos que votar pela democracia", comentou à AFP Carolina Cova, de 27 anos, ao passar pelo colégio Carlos Pellegrini, onde o ministro fez seu último comício.
Milei, um economista de 53 anos que propõe dolarizar a economia e reduzir significativamente os gastos públicos, participará de uma carreata na cidade de Córdoba (norte), bastião do anti-kirchnerismo.
Ramiro Marra, líder do A Liberdade Avança, o partido de Milei, disse à AFP que o evento encerrará uma "campanha histórica" e convocou todos os argentinos a votar, "para que a democracia continue perdurando ao longo do tempo".
A última semana foi marcada por acusações de fraude que a campanha de Milei denuncia antecipadamente, algo inédito nos 40 anos de democracia argentina.
As pesquisas indicam um cenário de empate técnico.
A partir desta sexta-feira, qualquer ato de campanha estará proibido.
Mas, antes disso, nesta quinta-feira, as Mães da Praça de Maio foram acompanhadas em sua ronda semanal por cerca de 1.000 pessoas que protestaram contra o que consideram "negacionismo" do bloco mileísta em relação à ditadura argentina (1976-1983).
"Achamos que, diante do discurso de negacionismo, devemos reivindicar o lema de Memória, Verdade e Justiça", disse Olivia Col, uma estudante de medicina de 21 anos, que compareceu ao evento com duas amigas.
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