Em cúpula urgente, UE busca unificar discurso sobre conflito Israel-Hamas
Os líderes da União Europeia (UE) participam, nesta terça-feira (17), de uma reunião de emergência, na qual tentarão unificar seu discurso sobre o conflito entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas, depois de uma semana de vários desencontros.
A reunião, que acontece por videoconferência às 17h30 locais (12h30 em Brasília), foi convocada em caráter de urgência pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. Nela, espera-se que seja revalidada uma Declaração Conjunta adotada no domingo sobre uma posição comum dos 27 países do bloco.
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Depois do ataque cometido por militantes do grupo islâmico palestino Hamas em território israelense, no sábado, 7 de outubro, as instituições da UE se viram envolvidas em uma confusão sobre a posição do bloco, o que gerou um mal-estar generalizado.
Primeiro, o comissário europeu para a Vizinhança e Ampliação, Oliver Varhelyi, anunciou uma suspensão imediata dos pagamentos de ajuda ao desenvolvimento aos palestinos.
Posteriormente, a Comissão Europeia - braço executivo da UE - anunciou uma "revisão urgente" dos programas de ajuda aos palestinos, até que, finalmente, a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, anunciou que a UE triplicaria a ajuda humanitária, até 75 milhões euros.
Neste cenário, uma viagem de Von der Leyen a Israel e as declarações proferidas nessa viagem causaram evidente desconforto nas capitais europeias. Von der Leyen enfatizou o direito do Estado de Israel de se defender, mas omitiu que esta resposta deve se ajustar ao direito internacional, especialmente no que diz respeito à defesa da população civil.
A questão do cumprimento do direito internacional foi um ponto central nas conversas dos ministros das Relações Exteriores do bloco, convocadas às pressas pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
A controvérsia sobre a posição única da UE ante o respeito ao direito internacional levou Michel a convocar, com urgência, a cúpula virtual desta terça-feira.
Um diplomata europeu admitiu que se tratou de um episódio "problemático" e que agora a prioridade do bloco é "colocar as coisas de volta aos trilhos".
A Declaração Conjunta adotada no domingo ressalta que os líderes da UE "enfatizam, energicamente, o direito de Israel de se defender de acordo com o direito humanitário e internacional frente a ataques violentos e indiscriminados".
No documento, os líderes europeus também "reiteram a importância de garantir a proteção dos civis em todos os momentos, em linha com o Direito Internacional Humanitário".
"Estamos prontos para continuar a apoiar os civis mais necessitados em Gaza, em coordenação com os nossos parceiros, garantindo que as organizações terroristas não abusem dessa assistência", afirmaram os líderes em sua declaração.
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