Eurodeputados comparam situação em Nagorno-Karabakh a limpeza étnica
Os eurodeputados acusaram o Azerbaijão de fazer uma "limpeza étnica" entre os armênios da região de Nagorno-Karabakh, conforme resolução não vinculante adotada nesta quinta-feira (5).
De acordo com o documento, os eurolegisladores consideram "que a situação atual equivale a uma limpeza étnica" e, nesse sentido, condenaram "energicamente as ameaças e os atos de violência cometidos pelas tropas azerbaijanas".
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Na resolução, os eurolegisladores fizeram um apelo aos países da União Europeia para "adotarem medidas específicas contra pessoas do governo do Azerbaijão" pelos ataques em Nagorno-Karabakh.
O texto foi aprovado por 491 votos a favor e nove contra.
As operações militares lançadas pelo Azerbaijão contra os separatistas na região de Nagorno-Karabakh promoveram a partida de mais de 100 mil refugiados para a vizinha Armênia.
Levando-se em conta os dados oficiais de que 120 mil armênios viviam neste território do Cáucaso, o número significa que mais de 80% deles abandonaram suas casas por medo de represálias das forças azerbaijanas.
No domingo, uma missão da ONU chegou a Nagorno-Karabakh, a primeira desse tipo na região em 30 anos.
O fluxo ininterrupto e caótico alimentou as denúncias, por parte da Armênia, de "limpeza étnica", algo que o Azerbaijão nega enfaticamente, chegando, inclusive a pedir aos armênios que permaneçam em Nagorno-Karabakh.
De maioria armênia e cristã, Nagorno-Karabakh se separou do Azerbaijão, de maioria muçulmana, após a desintegração da União Soviética. Desde então, os armênios desse território, que contaram com o apoio da vizinha Armênia, estiveram em conflito com o poder do Azerbaijão e travaram duas guerras: uma, entre 1988 e 1994, e a última, no final de 2020.