Duas jogadoras abandonam seleção espanhola, que corre contra o tempo para enfrentar Suécia

Patri Guijarro e Mapi León deixaram, nesta quarta-feira (20), a concentração da seleção espanhola, que começou a se preparar contra o tempo para o jogo da Liga das Nações contra a Suécia, após o acordo alcançado pelas jogadoras na madrugada com a Federação e o governo espanhol para que sejam feitas mudanças na entidade que rege o esporte.

"É uma realidade que a situação para mim e para Patri é diferente das demais companheiras. Já sabemos que não foi a forma ideal de voltar. No final, não estamos em condições de dizer 'agora você volta'. Não, isto é um processo", disse Mapi León aos jornalistas ao deixar o hotel de concentração em Oliva.

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"É verdade que é uma situação diferente e é muito difícil, muito difícil pessoalmente estar aqui, obviamente. Mentalmente não dá para estar aqui", acrescentou Patri Guijarro.

Mapi León foi substituída pela jogadora Claudia Florentino, do Valencia, enquanto a substituição de Guijarro "continua pendente de confirmação", informou a Federação Espanhola (RFEF).

As duas jogadoras faziam parte do grupo de 15 atletas que, há um ano, já haviam deixado a seleção espanhola pela falta de mudanças na estrutura e nos métodos da equipe nacional, por isso não foram à Copa do Mundo de Austrália e Nova Zelândia, onde a Espanha acabou se sagrando campeã pela primeira vez na sua história.

O beijo forçado do ex-presidente da RFEF, Luis Rubiales, em Jenni Hermoso durante a comemoração do título causou um escândalo global e um novo grupo de 23 campeãs mundiais pediu mudanças.

Com a maioria delas convocadas para os jogos da Liga das Nações contra a Suécia e a Suíça, apesar de terem se declarado não selecionáveis, as jogadoras, a RFEF e o governo espanhol chegaram a um acordo na madrugada desta quarta-feira para atender às exigências de mudança feitas pelas atletas.

"A Federação Espanhola de Futebol tem de adotar uma série de mudanças que as jogadoras reivindicaram e que o governo da Espanha e a grande maioria da sociedade espanhola certamente apoiam", disse ainda nesta quarta-feira o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, em coletiva de imprensa em Nova York.

Na madrugada, o secretário de Estado para o Esporte, Víctor Francos, havia anunciado que foram alcançados vários acordos com as jogadoras, acrescentando que 21 das 23 convocadas decidiram continuar, deixando claro que León e Guijarro não seriam sancionadas por sua saída.

"A jogadoras nos mostraram preocupação com a necessidade de mudanças profundas na RFEF, e a Federação se comprometeu a que essas mudanças ocorram imediatamente", acrescentou o secretário de Estado.

"Estamos trabalhando nessas mudanças, é verdade que ainda não ocorreram, mas estão funcionando", garantiu Patri Guijarro.

Segundo a imprensa espanhola, uma dessas mudanças imediatas poderia ser a saída do secretário-geral, Andreu Camps, colaborador próximo a Rubiales.

Também houve especulações sobre o futuro da atual treinadora Montse Tomé, ex-auxiliar do ex-técnico Jorge Vilda. No entanto, o presidente do comitê feminino da RFEF, Rafael del Amo, garantiu na madrugada desta quinta-feira que Tomé "continua sendo a treinadora porque não houve nenhum problema com ela".

Será criada uma comissão tripartite com o Conselho Superior do Esporte, as jogadoras e a Federação para acompanhar estes acordos, que apaziguam a situação após uma convocação vista pela maioria das selecionadas como coação sob pena de sanção.

"Podemos agora anunciar que o início do caminho para uma solução começou com passos firmes", disse o ministro da Cultura e dos Esportes, Miquel Iceta, nesta quarta-feira.

Em um movimento simbólico, a Federação unificou hoje as seleções masculina e feminina sob o nome único de "Seleção Espanhola de Futebol".

"Desta forma, é abandonado o antigo nome da seleção feminina, que incluía a expressão 'futebol feminino'", afirmou a RFEF em um comunicado.

Na tarde desta quarta, as jogadoras realizaram o único treino na Espanha antes do jogo contra a Suécia em Gotemburgo, uma preparação contra o tempo para alguns jogos da Liga das Nações, no início da campanha de 'La Roja' rumo àquela que seria a sua primeira presença nos Jogos Olímpicos, em Paris-2024.

A seleção espanhola planeja viajar para a Suécia na manhã desta quinta-feira para o duelo com a seleção nórdica, que acontece na sexta, antes de enfrentar a Suíça no dia 26 de setembro, em Córdoba.

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