Seis policiais brancos admitem tortura a dois homens negros nos EUA
Seis policiais brancos do Mississippi admitiram ter torturado durante duas horas dois cidadãos negros com um vibrador, pistolas paralisantes e uma espada, chegando inclusive a disparar dentro da boca de um deles, anunciou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos nesta quinta-feira (3).
Este caso é um "exemplo horrível e impactante de má conduta policial, que não tem cabimento em nossa sociedade", declarou aos jornalistas Kristen Clarke, representante do departamento, que denunciou os atos "motivados por preconceito e ódio racial". Os seis agentes estão sendo processados e foram afastados do serviço.
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Em janeiro, os policiais entraram "sem mandado ou justificativa" em uma casa em Braxton, pequena localidade do Mississippi, para torturar os dois homens negros, segundo um comunicado oficial.
Os policiais os algemaram e os submeteram a uma sessão de tortura com "insultos racistas", disse Clarke.
Segundo a acusação, os agentes agrediram sexualmente as duas vítimas com um vibrador e efetuaram nelas 17 disparos com arma de choque.
Também humilharam os dois obrigando-os a beber álcool, óleo de cozinha, leite e outros líquidos. Segundo Clarke, uma das vítimas foi agredida com "uma espada de metal, um pedaço de madeira e um utensílio de cozinha".
A sessão de tortura, que durou cerca de duas horas, terminou quando um dos agentes colocou sua arma de serviço na boca de uma das vítimas. Para assustá-lo, apertou o gatilho uma primeira vez após retirar uma bala do carregador.
Contudo, na segunda tentativa de efetuar um tiro seco, a arma acabou disparando e a bala atravessou o pescoço da vítima.
Em seguida, os policiais deixaram os homens em uma poça de sangue durante vários minutos, enquanto colaboravam entre si para tentar ocultar o incidente.
Os agentes também plantaram uma pistola de ar comprimido em uma das vítimas e metanfetamina no local dos fatos para encenar um motivo para uma intervenção.
Posteriormente, apresentaram relatórios falsos e mentiram repetidamente aos investigadores.
Três deles já tinham se declarado culpados em outro caso de violência policial em dezembro.