EUA descobre rede de financiamento do Hezbollah
Os Estados Unidos anunciaram, nesta terça-feira (18), que descobriram uma rede de lavagem de dinheiro e de evasão de sanções que dava apoio ao empresário e colecionador de arte libanês Nazem Ahmad, considerado por Washington como financiador do Hezbollah.
Nazem Ahmad, descrito em um comunicado como um comerciante "envolvido no comércio de 'diamantes de sangue'", está sob sanções do Departamento de Tesouro dos Estados Unidos desde 2019.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Dessa vez, o Tesouro suspeita que mais de 50 pessoas e empresas ajudam Ahmad a evadir as sanções americanas.
Tais pessoas e empresas, por sua vez, são objetos de sanções, em especial o congelamento de ativos nos Estados Unidos e a proibição de que qualquer empresa ou cidadão americano faça negócio com eles.
A rede se estende desde o Líbano a uma dezena de países, entre eles, vários africanos, como África do Sul e Costa do Marfim, assim como os Emirados Árabes Unidos, Bélgica e Reino Unido.
A operação que foi descoberta envolvia o financiamento do movimento xiita libanês mediante a compra de pedras preciosas, obras de arte e artigos de luxo, o que permitia lavar dinheiro que, de outro modo, estaria sujeito a sanções.
"Os envolvidos utilizaram empresas de fachada e práticas fraudulentas para ocultar o papel de Nazem Said Ahmad nessas transações financeiras", disse o subsecretário do Tesouro para Terrorismo e Inteligência Financeira, Brian Nelson, no comunicado.
"Os participantes dos mercados de luxo devem estar especialmente atentos a essas possíveis táticas que permitem o financiamento do terrorismo, a lavagem de dinheiro e a evasão de sanções", acrescentou.
O Tesouro apontou que esta série de sanções foi decidida em coordenação com o Reino Unido.
O governo britânico anunciou hoje que congelou os ativos de Nazem Ahmad no Reino Unido, onde possui uma grande coleção de arte e mantém relações comerciais com inúmeros artistas, galerias e casas de leilão.
O Hezbollah, ou simplesmente seu braço militar, é considerado uma organização terrorista por muitos países, entre eles os Estados Unidos, a União Europeia e o Reino Unido, além da maioria dos Estados-membros da Liga Árabe.