Três poetas russos são acusados de ameaça à 'segurança do Estado' por ato pacifista

Três poetas russos foram presos, após participarem de uma leitura contra o conflito na Ucrânia, acusados de ameaçarem a "segurança do Estado" e indiciados, contou à AFP o advogado de um deles nesta terça-feira (14).

De acordo com Leonid Soloviov, os três jovens estão sendo investigados por "chamadas públicas para cometer atividades contra a segurança do Estado" e por "incitação ao ódio" em um "grupo organizado".

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O advogado informou que as penas por estas duas acusações podem chegar a 10 anos de prisão.

Artiom Kamardin, Yegor Shtovba e Nikolai Daineko foram presos em setembro de 2022 por terem participado de uma leitura na praça Mayakovski, em Moscou, onde os dissidentes se reuniam regularmente desde os tempos da antiga República Soviética.

Durante o ato, Kamardin recitou o poema "Mate-me, miliciano!", hostil aos separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.

No dia seguinte, o jovem foi preso durante uma operação em sua casa, na qual, segundo ele, os policiais o espancaram e o estupraram com um haltere.

Em novembro, a companheira de Kamardin, Alexandra Popova, contou à AFP que também foi vítima de atos violentos e ameaças de estupro naquela ocasião.

Inicialmente, os três poetas haviam sido indiciados por "incitação ao ódio" - um crime punível com até seis anos de prisão -, mas agora estão expostos a mais quatro anos de reclusão.

Soloviov disse que, aparentemente, esta é a primeira vez que cidadãos russos são acusados de "invocações para cometer atividades contra a segurança do Estado", um delito previsto no código penal desde julho.

Desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, as autoridades daquele país intensificaram a repressão aos opositores do governo, atribuindo milhares de multas e duras penas de prisão.

No setor cultural, artistas críticos ao presidente russo, Vladimir Putin, foram demitidos ou forçados ao exílio.

bur/am/jvb/mb/yr

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