Simpatizantes de Petro vão às ruas declarar apoio a reformas sociais na Colômbia
Milhares de pessoas saíram às ruas das principais cidades da Colômbia nesta terça-feira (14) para apoiar as iniciativas legislativas com as quais o presidente Gustavo Petro busca reformar os sistemas de saúde e previdenciário para fortalecer a participação estatal.
Sindicatos de trabalhadores, educadores e de profissionais da saúde, entre outros, responderam desde a manhã à convocação do primeiro governo de esquerda da história da Colômbia, que esta semana apresenta uma ambiciosa bateria de reformas ao Congresso, onde tem maioria graças a uma coalizão com partidos de centro e direita moderada.
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"Hoje espero vocês às 16h na Praça de Armas e na Praça de Bolívar e em todas as praças públicas do país", disse o presidente no Twitter, que explicará seus projetos em um discurso na sede do governo, em Bogotá.
"Quem ganhou [as eleições] foi o povo e o povo quer mudanças na Colômbia. Vamos por mudanças para um país democrático e pacífico", afirmou.
Com bandeiras colombianas e cartazes a favor da reforma sanitária, os manifestantes se reuniram em Bogotá, Medellín, Cali e outras cidades, às vésperas de protestos convocados pela oposição para rejeitar justamente as políticas que Petro aspira implementar em seus quatro anos de mandato (2022-2026).
Até agora, seu governo divulgou apenas o texto de sua reforma da saúde, que visa reduzir a participação privada no sistema para fortalecer as capacidades do Estado.
A iniciativa encontra resistência de políticos de direita e do sindicato das empresas que hoje comandam os serviços de saúde.
"Eles revivem um sistema público de saúde que era um desastre e o pior: entregam recursos da saúde pública a prefeitos e governadores", criticou o ex-ministro da Saúde Fernando Ruiz em entrevista à Caracol Radio.
O Executivo também pretende revelar nesta terça-feira um projeto de lei para a submissão judicial das "máfias" que disputam a renda do tráfico de drogas no país que mais produz cocaína no mundo.
A proposta prevê penas reduzidas para traficantes que desmanchem suas organizações e outros benefícios, como ficar com 10% de suas fortunas, antecipou o ministro da Justiça, Néstor Osuna.
Petro também anunciou uma reforma da previdência que busca levar mais recursos para os cofres públicos e fixar uma renda mínima para os idosos.
O Congresso aprovou no final do ano passado a reforma tributária proposta pelo governo. Mas na ocasião, o presidente do Senado, Roy Barreras, expressou reservas sobre a reforma da saúde.
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