Destruição de casas palestinas por Israel dispara, dizem especialistas da ONU

Três relatores especiais das Nações Unidas pediram nesta segunda-feira (13) que a comunidade internacional aja para impedir a demolição "sistemática e deliberada" de casas palestinas por Israel, uma política que eles chamam de "homicídio".

Somente no mês de janeiro, as autoridades israelenses teriam demolido 132 estruturas palestinas em 38 comunidades na Cisjordânia ocupada, incluindo 34 residências, alertaram especialistas independentes em um comunicado.

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Os relatores especiais - enviados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, mas que não falam em seu nome - apontaram que a destruição aumentou 135% em relação a janeiro de 2022.

"A destruição sistemática de casas palestinas, a construção de assentamentos israelenses ilegais e a recusa sistemática de conceder licenças de construção a palestinos na Cisjordânia ocupada é um 'domicídio'", disseram eles.

Em 2022, o relator especial sobre o direito à moradia, Balakrishnan Rajagopal, pediu que o termo fosse reconhecido como crime pelo direito internacional. "Domicídio" é definido como a destruição massiva e arbitrária de casas de civis durante um conflito violento.

Em sua declaração nesta segunda-feira, os especialistas apontam que "os ataques diretos contra as casas, escolas, lares e fontes de água do povo palestino nada mais são do que tentativas de Israel de restringir o direito dos palestinos à autodeterminação e uma ameaça à sua existência".

Os relatores mencionaram em particular a situação das cidades de Masafer e Yatta, ambas na Cisjordânia ocupada.

Mais de 1.100 palestinos que residem nessas cidades enfrentam um "risco iminente de despejo forçado, deslocamento arbitrário e demolição de suas casas, lares, estruturas de água e saneamento".

Em Jerusalém Oriental, área da Cidade Santa anexada por Israel, "dezenas de famílias palestinas também enfrentam riscos iminentes de expulsão e deslocamento forçado, devido a (...) planejamentos discriminatórios que favorecem a expansão dos assentamentos israelenses", lamentaram os especialistas.

Israel anunciou no domingo que legalizará nove assentamentos na Cisjordânia, em resposta a uma série de ataques em Jerusalém Oriental. Mais de 475.000 israelenses residem em assentamentos na Cisjordânia, onde vivem 2,8 milhões de palestinos.

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