Ativista denuncia 'silêncio' da Europa sobre política de Israel
O defensor dos direitos humanos israelense Yehuda Shaul denunciou, nesta terça-feira (7), o "silêncio" da Europa sobre a política de governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusado de querer "anexar" a Cisjordânia ocupada e transformar Israel em uma "democracia iliberal".
"O silêncio da Europa sobre a política de governo israelense soa muito alto em Israel e na Palestina", disse em uma coletiva de imprensa em Paris.
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O ativista é um dos fundadores da ONG Breaking the Silence, que reúne veteranos israelenses que denunciam as ações do exército na Cisjordânia desde 1967. Ele também fundou a Ofek, um grupo que busca uma resolução pacífica para o conflito israelense-palestino.
Segundo ele, o país está imerso em uma "revolução dupla".
A primeira é "interna" e transforma Israel em uma "democracia iliberal", disse, fazendo referência às reformas judiciais previstas por Netanyahu, que lidera a coalizão mais à direita da história de Israel.
A segunda diz respeito à política do país nos territórios palestinos ocupados, "que, em última análise, tem um único objetivo: a anexação".
Em janeiro, o novo ministro da Justiça, Yariv Levin, anunciou uma reforma no sistema judicial que inclui uma cláusula de "revogação", segundo a qual o Parlamento pode anular uma decisão da Suprema Corte por maioria simples.
Um texto que, segundo críticos, coloca em risco o caráter democrático do Estado de Israel.