'Estamos tentando sobreviver', diz caminhoneiro afetado por bloqueios no Peru
"Estamos tentando sobreviver", diz Francisco Cruz, caminhoneiro peruano parado há mais de 30 dias com dezenas de caminhões de carga perto da ponte que liga os territórios da Bolívia e do Peru.
Com barricadas de terra e pedras, moradores do departamento de Puno mantêm bloqueada a passagem pela ponte internacional de Desaguadero, ao sul do Lago Titicaca. O bloqueio dessa rodovia é um dos 81 ativos em sete regiões do Peru, em protesto contra o governo da presidente Dina Boluarte, que substituiu Pedro Castillo depois que ele foi destituído e preso, em dezembro.
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"Que renunciem todos no Congresso mais Dina Boluarte, essa é a minha opinião. Sou um transportador, estamos aqui há 32 dias", disse hoje à AFP Cruz, que se encontra no lado boliviano da fronteira, juntamente com uma longa fila de caminhões, que transportam desde alimentos até matéria-prima para a indústria.
Enquanto os caminhoneiros esperam, eles driblam a fome organizando refeições comunitárias. Sobre o chassi de um caminhão, acomodam panelas, frigideiras e outros utensílios de cozinha.
"Não podemos passar para o nosso país, porque incendiaram as alfândegas. Fazemos uma refeição comum. Somos todos peruanos, estamos tentando sobreviver", manifestou Cruz.
O caminhoneiro reclama que o governo de Dina não dá "nenhuma solução" para o bloqueio da via. "Não resolve nada para nós. Não se sabe quanto tempo ficaremos aqui", disse o motorista, que trabalham com transporte de sucata.
Os protestos não dão sinais de diminuir, depois que o Congresso rejeitou ontem uma nova iniciativa para antecipar as eleições gerais.
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