Suspeito de massacre em fazendas na California admite culpa
O suspeito de assassinar sete de seus colegas trabalhadores rurais em duas fazendas da Califórnia se declarou culpado e acredita ter problemas mentais, disse ele à rede de televisão NBC.
"Ele admitiu que o fez", afirmou a jornalista Janelle Wang, que nesta quinta-feira disse ter conversado com o suspeito, Zhao Chunli, na penitenciária onde o homem está detido pelos ataques em Half Moon Bay, uma comunidade rural ao sul de San Francisco.
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Wang explicou que foi à penitenciária durante o horário de visita. Depois de se identificar como jornalista e receber a autorização de Zhao, ela falou com o suspeito por quinze minutos em mandarim.
"Ele se arrepende e diz que não estava com suas plenas capacidades mentais quando atirou em oito pessoas", relatou Wang.
Zhao Chunli foi detido pela polícia de Half Moon Bay na segunda-feira, poucas horas após os ataques. Cinco chineses (três homens e duas mulheres) e dois mexicanos morreram. Outro homem, de nacionalidade mexicana, ficou ferido, mas sobreviveu e está hospitalizado na cidade de Palo Alto.
"Perguntei a ele o motivo, e ele disse que sofreu anos de bullying, que tinha muitas preocupações. Disse que tinha longas jornadas de trabalho excessivo sobre as quais apresentou reclamações, mas não foi atendido", completou Wang.
Zhao compareceu ao tribunal na quarta-feira, mas não se pronunciou sobre as acusações.
A pedido da defesa, a justiça anunciou uma nova audiência em 16 de fevereiro para a leitura das acusações.
Zhao "acredita sofrer de algum tipo de doença mental contra a qual luta há algum tempo".
Wang acrescentou que Zhao confirmou que mora com a esposa em Half Moon Bay e tem uma filha de 40 anos na China.
A jornalista afirmou que o homem parecia "confuso" e "ansioso" com o processo legal.
Zhao terá que responder por homicídio múltiplo com agravantes. Se condenado, ele pode pegar prisão perpétua ou até a pena de morte.
"Não sei se ele realmente entendeu o que está por vir e que enfrenta sete acusações de homicídio", disse Wang.
O jornalista comentou que Zhao parecia animado para conversar e deu detalhes sobre como se entregou à polícia na segunda-feira.
As autoridades disseram na quarta-feira que estão trabalhando para proteger a esposa de Zhao, temendo represálias, pois o casal vivia na fazenda de cogumelos onde ocorreu o primeiro ataque.
Enquanto isso, parentes e amigos de algumas das vítimas expressaram sua perplexidade.
"Marciano era um homem bom, sempre defendeu os trabalhadores (...) Isso foi uma tragédia e uma grande perda para a comunidade de Half Moon Bay", escreveu em uma página de doação um colega de Marciano Martínez Jiménez, falecido no ataques.
O massacre em Half Moon Bay ocorreram menos de dois dias depois de outro ataque com arma na Califórnia.
Na noite de sábado, um homem, identificado pela polícia como o imigrante vietnamita Huu Can Tran, abriu fogo dentro de um salão de dança em Monterey Park, cidade com grande população asiática a poucos quilômetros de Los Angeles. Onze pessoas foram mortas.
O suspeito se suicidou ao ser cercado pela polícia. As autoridades informaram na quarta-feira que não têm indícios sobre a motivação do crime, que chocou a comunidade.
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, visitou Monterey Park na quarta-feira e se reuniu com as famílias das vítimas.
"Devemos pedir aos líderes de nossa nação que têm a capacidade, o poder e a responsabilidade de fazer algo para agir", disse Harris.
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