Mandante dos assassinatos de Bruno e Dom na Amazônia é identificado

A Polícia Federal (PF) reuniu "indícios veementes" que apontam um traficante conhecido como "Colômbia" como o autor intelectual dos assassinatos do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips na Amazônia em junho do ano passado, comunicou a força nesta segunda-feira (23).

As investigações chegaram à conclusão de que Rubens Dario da Silva Villar ordenou as mortes de Pereira, de 41 anos, e Phillips, de 57, indicou em coletiva de imprensa o superintendente da PF no estado do Amazonas, Eduardo Alexandre Fontes.

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"As investigações estão na fase final, temos indícios veementes que apontam para Colômbia como mandante nesses delitos", disse Fontes, que qualificou o caso como "praticamente encerrado, 90% concluído".

A polícia afirma ter confirmado que Colômbia - cuja identidade era objeto de dúvidas, pois portava três documentos, dois deles com nacionalidades peruana e brasileira - nasceu na cidade de Puerto Narino, na Amazônia colombiana.

Villar, que está preso desde dezembro, é suspeito de ter liderado uma organização de pesca ilegal no Vale do Javari, região próxima da fronteira brasileira com o Peru e a Colômbia.

"É a fiscalização da pesca ilegal que era exercida de forma muito veemente pelo Bruno. Essa fiscalização (...) trazia grandes prejuízos ao grupo criminoso", explicou o chefe da PF do Amazonas.

Entre as provas reunidas pelos investigadores, Fonte citou que Colômbia forneceu àqueles identificados como autores materiais do crime municações e embarcações para a realização de pesca ilegal, e também pagou o advogado de defesa de um dos indiciados pelo duplo homicídio.

Além de Colômbia, estão presos pelo caso Amarildo da Costa de Oliveira, Jefferson da Silva Lima e Oseney da Costa Oliveira, irmão de Amarildo.

Bruno Pereira e Dom Phillips foram mortos a tiros em 5 de junho no Vale do Javari, onde foi registrado o aumento da pesca, desmatamento e garimpo ilegais, e do tráfico de drogas.

A polícia encontrou os restos mortais dos dois em 15 de junho, após o pescador Amarildo da Costa confessar sua participação e levar agentes até o local onde haviam sido enterrados os corpos desmembrados.

Pereira vinha trabalhando para deter a pesca ilegal na reserva indígena do Vale do Javari, um território maior que a Áustria, com a maior concentração de tribos não contactadas do mundo.

Phillips, jornalista independente que colaborava com The Guardian, The New York Times e outros, viajava com ele para escrever um livro que seria intitulado "Como Salvar a Amazônia".

Villar havia sido inicialmente capturado em julho e então solto sob fiança em outubro. Mas a Justiça Federal decretou novamente sua prisão depois que ele descumpriu condições para sua liberdade provisória.

O chefe da polícia acrescentou ainda nesta segunda que uma quarta pessoa envolvida foi identificada: Edvaldo da Costa Oliveira, outro irmão de Amarildo, supostamente responsável por entregar a Lima a arma de fogo usada no crime e também participar do ocultação dos corpos.

msi/mls/ic/am

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