Espanha enfrenta polêmica sobre medidas antiaborto em região cogovernada pela extrema direita
Uma série de medidas antiaborto anunciadas por uma região liderada pela direita e pela extrema direita gerou polêmica na Espanha, onde o governo central de esquerda garantiu nesta sexta-feira (13) que evitará um retorno aos tempos "sombrios" para os direitos das mulheres.
Na Espanha, referência no campo dos direitos das mulheres na Europa, o aborto foi descriminalizado em 1985 e legalizado em 2010.
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Anunciadas na quinta-feira (12) pela Secretaria da Saúde do governo de Castilla y León, as medidas incluem oferecer à gestante apoio psicológico e acesso para ouvir os batimentos cardíacos do feto a partir da sexta semana de gravidez, além de garantir o respeito aos médicos que se recusarem a realizar abortos.
"O governo tem de agir contra esta proposta", disse nesta sexta a vice-presidente espanhola, Nadia Calviño, à rádio pública RNE, criticando que há "comissários da virtude das mulheres" que querem levar o país de volta "aos momentos mais sombrios da nossa história".
Uma região rural de 2,4 milhões de habitantes localizada ao norte de Madri, Castilla y León se tornou, em abril de 2022, a primeira região espanhola com um governo de extrema direita desde o fim da ditadura de Francisco Franco (1939-1975).