Cerca de cem refugiados encontrados nus na fronteira entre Grécia e Turquia

Cerca de cem refugiados foram encontrados nus na fronteira da Grécia com a Turquia, após serem forçados a atravessar o rio Evros que separa os dois países, informou o ministro grego da Proteção Civil neste domingo (16), descrevendo o ocorrido como uma "cena desumana".

A agência europeia de vigilância fronteiriça Frontex confirmou à AFP "o resgate de 92 migrantes na sexta-feira" com o apoio das autoridades gregas, segundo a porta-voz Paulina Bakula.

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"Os agentes (da Frontex) relataram que os migrantes foram encontrados nus e alguns com ferimentos visíveis", disse ela de Varsóvia, onde fica a sede da organização.

O ministro grego da Proteção Civil, Takis Theodorikakos, acusou a Turquia de "instrumentalizar a imigração ilegal", mas Ancara nega qualquer envolvimento no tratamento degradante infligido aos migrantes.

Em uma série de mensagens postadas no Twitter em turco, grego e inglês, a presidência turca negou qualquer responsabilidade e acusou a Grécia de comportamento "desumano".

"Pedimos à Grécia que renuncie à sua atitude desumana em relação aos refugiados o mais rápido possível, a fim de acabar com as acusações falsas e infundadas contra a Turquia", escreveu Fahrettin Altun, chefe de comunicação da presidência turca.

"Com essas ações ridículas, a Grécia mostra mais uma vez ao mundo que não respeita nem a dignidade das pessoas oprimidas, publicando as fotos dos refugiados que deportou depois de despojá-los de seus pertences", acrescentou.

A Grécia deve parar com sua "manipulação e desonestidade", disse mais cedo o vice-ministro do Interior turco, Ismail Catakli, em um tuíte.

A maioria das pessoas, sírios e afegãos, "disse aos agentes da Frontex como três veículos do exército turco os levaram para Evros", disse Theodorikakos em entrevista ao canal de televisão Skai.

O ministro grego da Migração, Notis Mitarachi, chamou o acontecido de "vergonha para a civilização".

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) condenou por sua vez no Twitter o "tratamento cruel e degradante" e pediu uma "investigação completa deste incidente".

Atenas é regularmente acusada por ONGs e diferentes investigações jornalísticas de realizar violentas expulsões ilegais em sua fronteira marítima e terrestre com a Turquia.

Por sua parte, a organização Mare Liberum garantiu neste domingo que, "na região de Evros, os crimes contra os direitos humanos são sistemáticos e cometidos diariamente pela Turquia e pela Grécia".

bur-mr/yap/aoc/meb/am

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