Começam as alegações em julgamento de partidários de Trump por invasão do Capitólio
As alegações iniciais no julgamento de vários membros do grupo de extrema-direita Oath Keepers, Stewart Rhodes, por sedição, começaram nesta segunda-feira (3), mais de 20 meses depois do ataque ao Capitólio dos Estados Unidos.
Este ex-militar, conhecido por seu tapa-olho e discursos incendiários, Rhodes e outros quatro líderes de grupos regionais são acusados de atacar a sede do Congresso em Washington, em 6 de janeiro de 2021, para manter Donald Trump na Casa Branca, apesar de sua derrota eleitoral.
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Nesse dia, os cinco invadiram o templo da democracia americana com outros mil apoiadores de Donald Trump, em um momento em que os congressistas certificavam a vitória do democrata Joe Biden na eleição presidencial.
Os réus compareceram a um tribunal de Washington nesta segunda-feira (3).
Espera-se que seus advogados aleguem que não queriam derrubar o governo, mas esperavam que Trump declarasse um estado de insurreição, sob uma lei de 1807 que permite que os presidentes americanos mobilizem certas forças armadas em circunstâncias excepcionais.
Os membros do júri foram selecionados na semana passada depois que o juiz Amit Mehta negou um pedido da defesa para transferir o julgamento para fora de Washington, alegando que os moradores poderiam ser tendenciosos contra os réus devido à violência desencadeada na ocasião.
O advogado de Rhodes também pediu ao magistrado que proibisse o uso de termos frequentemente usados para se referir aos Oath Keepers, como "antigoverno", "milícia organizada", "extremistas", "racistas" e "nacionalistas brancos" durante o julgamento.
Desde o incidente, mais de 870 pessoas foram presas, e 100 já receberam sentenças de prisão, especialmente aquelas que agrediram violentamente policiais. Até agora, no entanto, ninguém havia enfrentado a acusação de "sedição".
Stewart Rhodes e quatro líderes regionais de sua milícia - Kelly Meggs, Thomas Caldwell, Jessica Watkins e Kenneth Harrelson - são os primeiros a serem julgados por esta acusação.
Esta tipificação é decorrente de uma lei adotada após a Guerra Civil Americana para suprimir os últimos rebeldes do Sul. Punida com 20 anos de prisão, implica o planejamento do uso da força para derrubar o governo, ou se opor a alguma de suas leis. Difere da insurreição, que tem um caráter mais espontâneo.
De acordo com a ata de acusação, eles "conspiraram para se opor pela força à transferência legal do poder presidencial".
Concretamente, Rhodes é acusado de ter começado a reunir suas tropas em novembro de 2020.
"Não vamos sair disso sem uma guerra civil", escreveu a eles dois dias após a eleição presidencial, em uma mensagem criptografada.
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