Compostagem humana como opção funerária é legalizada na Califórnia

A Redução Orgânica Natural, mais conhecida como compostagem humana, é apontada como um método funerário mais sustentável, ecológico e natural. No entanto, a Igreja Católica da Califórnia é contrária à prática; entenda

Um tipo diferente de funeral será ofertado aos cidadãos do estado da Califórnia, nos Estados Unidos (EUA). A nova legislação, prevista para 2027, possibilitará transformar os restos mortais de humanos em composto para adubo.

Os métodos funerários tradicionais, como a cremação e o enterro, darão espaço para a Redução Orgânica Natural (NOR, na sigla em inglês), mais conhecida como "compostagem humana", que consiste em colocar o corpo em um recipiente reutilizável, cercado de lascas de madeira e arejado para permitir que micróbios e bactérias se proliferem.

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Conforme o portal de notícias UOL, desta forma, será permitida a decomposição completa no solo em aproximadamente um mês.

Este tipo funerário já é oferecido por empresas americanas especializadas, já sendo legalizado em estados como Washington, Colorado e Oregon. No último domingo, 18, o novo projeto de lei sancionado pelo governador do estado, Gavin Newson, autoriza todos os moradores da Califórnia a optar pela compostagem do corpo.

Todavia, o projeto proíbe que vários corpos sejam agrupados numa mesma instalação. Há exceção no caso de familiares, mas ainda é proibida a venda de solo em locais destinados à compostagem humana, bem como o cultivo de alimentos nessas áreas.

Compostagem humana como método sustentável de funeral

Conforme a Natural Geographic, as cremações estadunidenses foram responsáveis pela emissão de cerca de 360 mil toneladas métricas de gases poluentes por ano, pois esse método funerário libera monóxido de carbono por meio da queima de combustíveis fósseis para gerar o fogo que reduz o corpo a cinzas.

Considerando esse efeito ao meio ambiente, a compostagem humana serviria ainda como uma maneira mais sustentável, natural e ecológica de se lidar com corpos.

No entanto, a Igreja Católica da Califórnia se opõe à prática, afirmando que a Redução Orgânica Natural "reduz o corpo humano a simplesmente uma mercadoria descartável".

Nas palavras do comunicado compartilhado no site SFGATE, a diretora-executiva da Conferência Católica da Califórnia, Kathleen Domingo, escreveu: "O NOR usa essencialmente o mesmo processo de um sistema de compostagem de jardinagem doméstica". O que, na visão da religiosa, foi desenvolvido para gado, não para seres humanos.

"Esses métodos de descarte foram usados para reduzir a chance de transmissão de doenças pela carcaça morta. Utilizar esses mesmos métodos para a 'transformação' de restos humanos pode criar um infeliz distanciamento espiritual, emocional e psicológico do falecido", concluiu.

 

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