Professores relatam brutalidade de ataque de helicópteros em escola de Mianmar

Professores de uma escola de Mianmar atacada por helicópteros do exército relataram o ataque terrível, no qual viram um menino ferido gritando de agonia e implorando para morrer.

A violência de 16 de setembro em uma escola na cidade de Let Yet Kone, região de Sagaing, deixou 14 mortos, 12 deles crianças, incluindo uma com menos de sete anos.

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O incidente foi condenado pela ONU, União Europeia e grupos de direitos humanos.

Os militares birmaneses alegaram que o ataque visava grupos rebeldes que usavam civis como escudos humanos.

Algumas crianças brincavam do lado de fora enquanto outras frequentavam as aulas quando dois helicópteros armados dispararam metralhadoras e armas pesadas, disse uma professora.

"Uma menina foi atingida na parte de trás da cabeça... ela sangrava muito", relatou a professora à AFP por telefone, descrevendo os esforços frenéticos para prestar os primeiros socorros.

Os alunos correram para se esconder debaixo das mesas em meio à fumaça, acrescentou a educadora, que a AFP não identifica por motivos de segurança.

Os helicópteros pousaram e os soldados saíram, invadindo a escola, onde ordenaram que todos saíssem, acrescentou.

Algumas crianças com as pernas gravemente feridas deixaram um rastro de sangue ao saírem, segundo a professora, enquanto outras estavam muito feridas para sair de seus esconderijos.

Mianmar vive um caos desde que os militares tomaram o poder em um golpe em fevereiro de 2021, com quase 2.300 civis mortos em uma repressão à dissidência, de acordo com um grupo de monitoramento local.

A região noroeste de Sagaing viu alguns dos combates mais pesados, com vilarejos inteiros queimados em confrontos entre combatentes antigolpe e militares.

Muitos na cidade de Let Yet Kone aguardam notícias de alguns estudantes que desapareceram no ataque.

Não há planos imediatos para reabrir a escola, que tinha quase 250 alunos e mais de 20 professores.

A junta militar afirmou que enviou tropas de helicópteros para a cidade depois de receber relatos de que combatentes do Exército da Independência de Kachin, um grupo rebelde étnico e uma milícia antigolpe local estavam transportando armas para a área.

Os militares acusaram os rebeldes de usar civis como escudos humanos e disseram ter apreendido minas e explosivos da cidade.

"O pessoal de segurança forneceu atendimento médico de emergência e enviou pacientes para um hospital vizinho", disseram os militares em comunicado.

O porta-voz da Junta, Zaw Min Tun, acusou na terça-feira os rebeldes de Kachin de levarem moradores para um mosteiro e atirarem em soldados de lá.

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