Justiça russa revoga licença do site do jornal Novaya Gazeta
A justiça russa revogou nesta quinta-feira (15) a licença do site do jornal Novaya Gazeta, em um novo revés para este bastião do jornalismo investigativo, crítico da intervenção militar na Ucrânia.
Em sua conta no Telegram, a Novaya Gazeta informou que a Suprema Corte aceitou uma denúncia da agência reguladora de comunicação da Rússia, a Roskomnadzor. O site permite o acesso gratuito aos arquivos e às investigações publicadas pela Novaya Gazeta.
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O jornal, cujo editor-chefe, Dmitri Muratov, foi um dos dois vencedores do Prêmio Nobel da Paz em 2021, anunciou que vai recorrer contra a decisão.
Se a decisão for confirmada, a Novaya Gazeta não informou se a medida implicará o fechamento do site ou uma proibição de publicar novos conteúdos no portal.
A decisão foi anunciada após três denúncias anunciadas em julho pela Roskomnadzor, todas atendidas pela justiça russa.
No início de setembro, um tribunal de Moscou revogou a licença para a versão impressa do jornal e depois a licença para uma nova revista lançada na Rússia pela Novaya Gazeta.
De fato, o jornal não é publicado desde o final de março, quando a direção decidiu suspender a publicação por medo de represálias, em um momento de forte repressão aos que criticam a ofensiva russa na Ucrânia.
Nas últimas semanas, n entanto, o site havia retomado a publicação de novos conteúdos.
A Novaya Gazeta afirmou que a Suprema Corte revogou a licença do site por não especificar que algumas organizações citadas eram "agentes do exterior".
Na Rússia, dezenas de organizações e indivíduos foram declarados "agentes estrangeiros", e o status deve ser mencionado sistematicamente em todas as publicações, sob pena de sanções.
A pressão contra a imprensa independente já estava aumentando na Rússia, mas a ofensiva do Kremlin na Ucrânia a acelerou drasticamente.
Dezenas de sites foram bloqueados e muitos jornalistas fugiram do país.
Em 5 de setembro, o ex-jornalista Ivan Safronov, de 32 anos e considerado um especialista em questões de defesa, foi condenado a 22 de anos de prisão por "traição", um caso que, segundo ele, é uma vingança por seu trabalho.
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