Hospital nos EUA realiza 1º transplante parcial de coração do mundo em recém-nascido

Desde o dia da cirurgia, Owen tem se recuperado bem e sua perspectiva de vida continua forte e animadora, conforme os médicos; entenda o procedimento

Nos Estados Unidos, um bebê recém-nascido de 5kg recebeu o primeiro transplante parcial de coração registrado do mundo. No processo, foram interligadas as artérias e válvulas vivas de um coração recém-doado fundidas ao coração existente do paciente.

O caso ocorreu no dia 22 de abril deste ano, mas somente foi divulgado pela equipe médica do hospital Duke Health, na Carolina do Norte (EUA), nesta semana.

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Transplante parcial de coração: o que é?

O objetivo do método é permitir que as válvulas se desenvolvam com o paciente, aumentando sua expectativa de vida. A equipe acredita que uma abordagem semelhante poderia ser usada para colocar válvulas cardíacas recém-doadas em inúmeras outras crianças com defeitos cardíacos.

A cirurgia foi realizada no pequeno Owen Monroe, que nasceu com uma condição chamada “truncus arteriosus'', na qual suas duas principais artérias do coração foram fundidas.

O recém-nascido Owen Monroe é o primeiro registro documentado de sucesso de um transplante parcial de coração na história
O recém-nascido Owen Monroe é o primeiro registro documentado de sucesso de um transplante parcial de coração na história (Foto: Reprodução/Facebook Tayler Monroe)

Um coração saudável tem duas artérias que saem do coração, uma que vai para o corpo e fornece sangue oxigenado ao organismo, que é aorta, e outra que vai para os pulmões para obter oxigênio , a artéria pulmonar.

No caso de Owen, em vez de ter duas artérias saindo do coração, ele só tinha uma artéria principal e uma válvula com um vazamento. Dessa forma, o bebê não teria condições clínicas viáveis para suportar a espera pelo transplante de um órgão completo.

Avanço histórico com o transplante parcial de coração

Em geral, as crianças que possuem a mesma condição de Owen costumam receber artérias de cadáveres com as válvulas preservadas.

O problema é que os tecidos não crescem, e assim, não acompanham o desenvolvimento do receptor, o que faz com que os pacientes pediátricos tenham de passar por várias cirurgias de peito aberto para a substituição das válvulas, trazendo riscos à vida.

"“Este procedimento potencialmente resolve o problema de uma válvula em crescimento. Se pudermos eliminar a necessidade de várias cirurgias de coração aberto toda vez que uma criança supera uma válvula antiga, poderíamos prolongar a vida dessa criança em potencialmente décadas ou mais”, disse Joseph W. Turek."

Joseph é chefe de cirurgia cardíaca pediátrica do hospital Duke Health e liderou o procedimento pioneiro, antes, com registro de sucesso apenas em porcos.

Desde o dia da cirurgia , Owen tem se recuperado bem e sua perspectiva de vida continua forte e animadora, conforme os médicos.

Em entrevista ao programa Today Show, da rede de televisão NBC, o pai do bebê, Nick Monroe, disse que espera que o caso do filho mude a forma de doação de órgãos para outros pacientes.

“Nossa maior esperança é que a história de sucesso de Owen mude a forma como a doação e transplantes de órgãos são tratados não apenas para bebês com doenças cardíacas congênitas, mas para todos os pacientes”, relatou.

Veja imagens de Owen após o transplante parcial de coração

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