Tribunal de Hong Kong condena cinco pessoas por publicação de livros infantis "sediciosos"

Um tribunal de Hong Kong condenou nesta quarta-feira (7) cinco pessoas por sedição, acusadas de publicar livros infantis que retratam partidários da democracia como ovelhas que defendem seu povo dos lobos.

Os cinco cidadãos de Hong Kong foram declarados culpados de "conspiração para imprimir, publicar, vender, oferecer a venda, distribuir, exibir ou reproduzir uma publicação sediciosa".

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Os processos foram direcionados contra membros de um sindicato de fonoaudiólogos que publicou quatro livros digitais ilustrados com o objetivo de explicar o movimento democrático de Hong Kong para as crianças.

Em um livro chamado "Os Defensores do Vilarejo das Ovelhas", um grupo de lobos tenta ocupar uma vila de ovelhas, que se defendem.

Em outro livro, os lobos são representados como sujos e animais que levam doenças para o vilarejo.

Lai Man-ling, Melody Yeung, Sidney Ng, Samuel Chan e Fong Tsz-ho, todos membros fundadores do sindicato de fonoaudiólogos que publicou os livros, foram acusados de sedição e estão detidos por mais de um ano antes do anúncio do veredicto.

Após um julgamento de dois meses, Kwok Wai-kin, juiz de um tribunal de distrito designado pelo governo para julgar casos de segurança nacional, declarou o grupo culpado de conspiração para divulgar material sedicioso.

A Anistia Internacional, que recentemente abandonou Hong Kong em razão de uma lei de segurança nacional imposta pela China, considerou as sentenças "um exemplo absurdo de repressão implacável".

Também nesta quarta-feira, o presidente do sindicato dos jornalistas de Hong Kong foi detido, poucas semanas antes de uma viagem de estudos ao exterior.

Ronson Chan, presidente da Associação de Jornalistas de Hong Kong (HKJA), foi detido por obstrução das forças de segurança e perturbação da ordem pública, informou à AFP uma fonte policial, confirmando a notícia divulgada pela imprensa local.

De acordo com a Channel C, a agência de notícias para a qual Chan trabalha, a polícia levou o jornalista quando ele cobria uma reunião de proprietários de imóveis municipais.

Chan pretendia deixar Hong Kong no final de setembro. Ele ganhou uma bolsa de estudos para participar em um programa de seis meses do Instituto Reuters na Universidade de Oxford.

Ele foi reeleito em junho como diretor do HKJA.

As autoridades prosseguem com a repressão contra a dissidência em Hong Kong depois das grandes manifestações pró-democracia de 2019.

O jornal Apple Daily e a plataforma de notícias online StandNews fecharam no ano passado depois que vários diretores foram acusados de violar a lei de segurança nacional.

su-jta/pc/zm

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HongKong justiça China política tribunal

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