Exército ucraniano diz que reconquistou cidade ocupada por russos no leste

O exército ucraniano disse neste sábado(10) que entrou em Kupiansk, uma cidade-chave no leste da Ucrânia que esteve nas mãos das forças russas durante meses, como parte de uma contraofensiva que permitiu avanços "extraordinários".

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, chegou à capital ucraniana em uma visita surpresa, a fim de mostrar o apoio de seu país à Ucrânia contra a Rússia, disse ela.

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Neste sábado, as forças ucranianas afirmaram ter entrado em Kupiansk, uma cidade do leste que está sob controle russo há meses. As forças especiais postaram fotos nas redes sociais mostrando seus combatentes "em Kupiansk, que sempre será ucraniana".

Em outra mensagem, um oficial regional postou uma imagem com soldados ucranianos na cidade e escreveu que "Kupiansk é a Ucrânia".

A cidade de cerca de 27.000 habitantes está localizada em uma importante rota de abastecimento para as forças russas no leste da Ucrânia. Ela caiu nas mãos dos russos logo depois que Moscou iniciou sua invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro.

Os observadores esperam que as forças ucranianas anunciem mais vitórias militares na região de Kharkiv, que faz fronteira com a Rússia, que tem sido alvo de bombardeios russos nos últimos meses.

"As tropas ucranianas estão avançando no leste da Ucrânia, liberando mais cidades e vilarejos. Sua bravura, juntamente com o apoio militar ocidental, está produzindo resultados extraordinários", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, em um comunicado divulgado nas redes sociais.

"É crucial continuar enviando armas para a Ucrânia. Derrotar a Rússia no campo de batalha significa uma vitória para a paz na Ucrânia", acrescentou.

Na noite de sexta-feira, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou que suas tropas haviam retomado cerca de 30 cidades no nordeste do país, na região de Kharkiv, como parte dessa contraofensiva.

O chefe da administração russa instalado na cidade de Izium, também na região de Kharkiv, disse à agência de notícias pública russa RIA Novosti que a situação naquela área era "muito difícil".

"Nas últimas duas semanas, a cidade foi bombardeada por forças ucranianas... o que está causando séria destruição e muitas mortes e feridos", disse Vladislav Sokolov à RIA Novosti.

Já o Ministério da Defesa russo anunciou na sexta-feira o envio de forças à região e divulgou um vídeo mostrando vários caminhões militares transportando canhões e veículos blindados.

A ocupação de centros urbanos como Kupiansk e Izium pode ser um duro golpe para a capacidade da Rússia de manter suas posições na linha de frente leste.

Tropas ucranianas também avançaram várias dezenas de quilômetros ao longo da frente sul em território capturado por tropas russas, disse um porta-voz militar no sábado.

Agências russas, por sua vez, relataram seis explosões em Nova Khakovka, uma cidade controlada pelas forças russas na região de Kherson, no sul.

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, visitou Kiev pela segunda vez neste sábado desde o início do conflito, em 24 de fevereiro, uma semana depois que o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal, viajou a Berlim, onde voltou a pedir mais armas.

"Eu viajei a Kiev para mostrar que eles podem continuar contando conosco", disse Baerbock em comunicado, assegurando que a Alemanha continuará apoiando Kiev "pelo tempo que for necessário, com suprimentos de armas e apoio humanitário e financeiro".

Nas últimas semanas, a Alemanha enviou obuses, lançadores de foguetes e mísseis antiaéreos para a Ucrânia, parte de um arsenal de armamento fornecido pelo Ocidente que, segundo observadores, pode ter prejudicado as capacidades militares da Rússia.

Sua visita seguiu outra do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que prometeu quase US$ 3 bilhões em ajuda militar à Ucrânia e países vizinhos na quinta-feira.

Em Bruxelas, onde se reuniu com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, Blinken disse na sexta-feira que o fato de a Rússia estar enviando reforços para a região de Kharkiv mostra que Moscou está pagando um "alto preço" pela invasão da Ucrânia.

No entanto, com sua campanha de bombardeio, as forças russas causaram sérios danos na região de Kharkiv e na bacia do Donbass, no leste.

Oleg Synegubov, governador regional de Kharkiv, afirmou que os ataques russos, uma "vingança" pela contraofensiva bem-sucedida das forças ucranianas, deixaram 14 civis feridos.

Pavlo Kyrylenko, líder de Donetsk, na bacia do Donbass, informou que os bombardeios russos deixaram dois mortos em sua região.

bur-jbr/jvb/es/jc

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