Trens a Machu Picchu são suspensos por novo protesto
O serviço ferroviário a Machu Picchu foi suspenso nesta quarta-feira (24) preventivamente, devido a um novo protesto de comerciantes do povoado mais próximo à famosa cidadela inca, no sudeste do Peru, que exigem aumentar a disponibilidade de bilhetes à venda para os turistas.
A decisão das companhias ferroviárias se deve a uma paralisação de 24 horas convocada pela Frente de Defesa dos Interesses de Machu Picchu, um sindicato do povoado vizinho à joia do turismo peruano.
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"Nós nos vemos na obrigação de suspender nossas operações ferroviárias nesta quarta-feira para todas as frequências na rota de e para Machu Picchu", informou a companhia PerúRail em um comunicado.
O principal acesso à cidadela por via férrea parte de Cusco, antiga capital do império inca, distante 110 km.
A empresa alega que prioriza a segurança dos passageiros diante de possíveis bloqueios na via.
A companhia Ferrocarril Trasandino também suspendeu suas operações devido à convocação pública "a uma paralisação de 24 horas".
O protesto no povoado de Machu Picchu, que antes se chamava Aguas Calientes, tem como reivindicação principal o aumento da venda de bilhetes para entrar na cidadela inca no escritório local do ministério da Cultura.
Isso beneficiaria os operadores de turismo do povoado, duramente afetados em 2020 pela pandemia de covid-19, que levou as autoridades a manterem fechada a cidadela durante oito meses.
"Esta paralisação é um puxão de orelhas no governo para que nos dê atenção", disse David Moreno, presidente da Frente que convocou a paralisação, à rádio Exitosa.
A paralisação consiste no fechamento de locais de comércio e passeatas pelo povoado, segundo os organizadores.
O trem chega ao povoado e dali os visitantes embarcam em micro-ônibus para subir até a cidadela por uma rodovia montanhosa e estreita de 2.430 metros.
Muitos turistas protestaram em 12 de agosto no povoado pela falta de bilhetes e os comerciantes aderiram, então, às reclamações.
Os problemas para entrar em Machu Picchu remontam a 27 de julho, quando os tíquetes disponíveis se esgotaram devido a um overbooking.
Boa parte dos ingressos é vendida pela internet e outra parte, de forma presencial no povoado.
A famosa cidadela de pedra foi construída no século XV pelo imperador inca Pachacutec e, em 1983, a Unesco a declarou patrimônio da humanidade. Desde então, a agência da ONU exige que o Peru cumpra uma série de pautas para preservar o local.
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