Coalizão de governo e oposição reivindicam vitória nas legislativas do Senegal

A oposição do Senegal afirmou nesta segunda-feira (1º) que obteve uma "maioria confortável" nas eleições legislativas de domingo, pouco depois de a coalizão de governo também reivindicar vitória.

A coalizão do presidente Macky Sall reivindicou vitória nas eleições legislativas e afirmou que ganhou em 30 departamentos dos 46 distritos eleitorais, segundo a porta-voz Aminata Toure na noite de domingo.

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"Isso sem dúvidas nos dá uma maioria na Assembleia Nacional", disse Toure à imprensa.

Toure reconheceu, porém, que sua coalizão foi derrotada na capital Dacar, na votação de domingo.

Mas a principal coalizão da oposição expressou nesta segunda-feira seu "assombro" com as declarações e afirmou que o campo do presidente tenta "confiscar o voto dos senegaleses, que deram uma "maioria confortável na Assembleia Nacional" à aliança Yewwi-Wallu.

O pacto de oposição, que reúne duas coalizões, não especificou quantas cadeiras conquistou ou que tipo de maioria teria assegurado.

"Pedimos à opinião pública nacional e internacional que atue como testemunha contra qualquer tentativa de manipular os resultados", disse a oposição em nota.

As eleições eram consideradas um teste para o governo, depois que a oposição venceu as eleições locais de março nas principais cidades do país, incluindo a capital Dacar.

Além disso, a oposição esperava impor uma coalizão ao governo para conter qualquer ambição do presidente Sall de disputar um terceiro mandato em 2024.

Ele foi eleito em 2012 para um primeiro mandato de sete anos e reeleito em 2019 para outros cinco.

Sall permanece vago sobre o assunto, mas qualquer perda de apoiadores nas legislativas poderia atrapalhar seus planos.

A votação em turno único decide o Parlamento de 165 assentos - atualmente controlado pelos partidários do presidente - pelos próximos cinco anos.

Os deputados são eleitos por uma fórmula que combina a votação proporcional de 53 assentos nas listas nacionais, com uma votação majoritária nos departamentos para outras 97 cadeiras no Parlamento. A diáspora tem direito a 15 assentos.

Sall prometeu que nomearia o primeiro-ministro do lado que conquistar a maioria. O presidente havia abolido esse cargo e só o restaurou em dezembro de 2021.

A comissão eleitoral nacional mobilizou 22.000 observadores em todo o país. A equipe da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) também foi mobilizada.

Antes das eleições, o principal partido da oposição, o Yewwi Askan Wi (que significa "Liberte o Povo" em wolof), uniu forças com a formação Wallu Senegal ("Salve o Senegal"), liderada pelo ex-presidente Abdoulaye Wade, com o objetivo de forçar uma coalizão com o governo.

O membro mais proeminente de Yewwi Askan Wi, Ousmane Sonko, ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais de 2019. Mas ele e outros membros da coalizão foram impedidos de disputar as eleições de domingo porque um dos nomes foi acidentalmente inserido tanto como candidato principal quanto suplente.

Isso desencadeou manifestações violentas que deixaram pelo menos três mortos.

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Senegal eleições parlamento Abdoulaye Wade Ousmane Sonko Macky Sall

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