Principais diferenças nas propostas de Sunak e Truss

Os dois candidatos escolhidos pelos deputados conservadores britânicos nesta quarta-feira (20), dos quais surgirá o próximo primeiro-ministro, substituindo Boris Johnson, têm propostas políticas diferentes em áreas-chave.

A economia será um importante campo de batalha entre o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak e a ministra das Relações Exteriores, Liz Truss. Mas não será o único.

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Sunak quer manter os recentes aumentos de impostos na tentativa de equilibrar as contas públicas após o endividamento recorde feito para enfrentar a pandemia de coronavírus.

Sua prioridade é conter a inflação, em seu nível mais alto nos últimos 40 anos, com 9,4% em junho em termos anuais. Classificou como irrealistas os planos de Truss em matéria de impostos.

Já a chanceler acusou-o de levar o Reino Unido à beira da recessão e prometeu "começar a cortar impostos desde o primeiro dia", incluindo o imposto corporativo. Também quer rever o mandato do Banco da Inglaterra para definir as taxas de juros.

Como ministro das Finanças, Sunak lançou um pacote de 15 bilhões de libras (US$ 18 bilhões) em maio, para ajudar os britânicos a superarem a pior crise de custo de vida em décadas.

Seus rivais consideram a medida insuficiente, já que os preços da energia voltarão a subir em outubro. Truss prometeu usar o crescimento econômico alimentado por seus prometidos cortes de impostos como a principal maneira de enfrentar a crise inflacionária.

Truss apoiou a permanência do Reino Unido na União Europeia no referendo de 2016, antes de se tornar uma defensora entusiástica das vantagens do Brexit. Desde dezembro, dirigiu as negociações com Bruxelas sobre questões mais conflituosas, como o "status" pós-Brexit da Irlanda do Norte.

Como ministra das Relações Exteriores, está promovendo uma nova legislação que modificaria unilateralmente os compromissos do país com a UE após o Brexit, em relação a essa região britânica. Bruxelas e seus críticos denunciam o projeto como uma violação do direito internacional.

Estrela em ascensão dos conservadores em 2016, Sunak rapidamente se pronunciou a favor do Brexit, para desespero de seu então líder, David Cameron. Apoia as polêmicas propostas do "protocolo da Irlanda do Norte" e, como ministro das Finanças, promoveu "portos livres" no Reino Unido como forma de se beneficiar do Brexit.

Pressionado para conter as chegadas clandestinas de migrantes que cruzam o Canal da Mancha procedentes da França, o governo conservador impulsionou um plano para enviar requerentes de asilo para Ruanda, um país africano a 6.500 quilômetros de Londres, para seu reassentamento.

Paralisada por ação judicial, essa política conta com o apoio de ambos os candidatos. Truss classificou isso de "completamente moral". De acordo com vazamentos para a imprensa, Sunak se opôs ao plano por seu alto custo, de 120 milhões de libras.

Sunak se recusou a estabelecer "metas arbitrárias" para os gastos militares, em meio à guerra na Ucrânia. Considera, porém, que o objetivo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) - que os Estados-membros gastem 2,0% de seu PIB em defesa - é um "piso, e não um teto".

Ele quer que o orçamento de defesa da Grã-Bretanha chegue até 2,5% do PIB, "com o tempo". Truss foi mais direta e esta semana se comprometeu a gastar 3,0% até 2030.

Sunak se comprometeu a defender as metas juridicamente vinculativas do Reino Unido para alcançar a neutralidade líquida de carbono até 2050. Diz que manterá "impostos verdes" nas contas de energia, destinados a ajudar no crescimento do setor de energias renováveis.

Truss prometeu remover essas taxas, mas diz que está comprometida com a meta de 2050.

jj-acc/mar/tt

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