Caminhões com alimentos contornam bloqueios na estrada para a Cidade do Panamá

Mais de 200 caminhões com alimentos partiram, nesta quarta-feira (20), do oeste do Panamá para a capital, driblando bloqueios de estradas que continuam devido à falta de acordo entre o governo e os que protestam contra o alto custo de vida no país.

A caravana de caminhões deixou Chiriquí, principal produtor de alimentos frescos do país, localizado 500 km a sudoeste da Cidade do Panamá, com centenas de toneladas de alimentos.

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Os caminhões são escoltados pela polícia e por membros do sindicato da construção Suntracs, uma das organizações que participam do processo de diálogo com o governo panamenho.

O líder da Suntracs em Chiriquí, Jaime Caballero, informou que depois de conversar com produtores e organizações que mantêm as estradas fechadas, "uma caravana humanitária conseguiu passar para transportar a produção agrícola para a capital".

O Panamá está sobrecarregado pela escassez após mais de duas semanas de protestos contra o aumento da inflação e a corrupção.

O fechamento de rodovias, principalmente na rodovia Pan-Americana, que liga os dois extremos do país, impediu que os produtos chegassem regularmente ao restante das províncias e à Cidade do Panamá, causando escassez de alimentos e combustível.

"Entendemos que nossa luta correta e justa é contra o governo e o modelo neoliberal e não contra nosso povo", acrescentou Caballero.

No entanto, a Polícia informou que o comboio sofreu interrupções desde a sua partida devido aos bloqueios.

De acordo com Alicia Jiménez, presidente da Federação de Câmaras de Comércio do Panamá, o saldo de perdas devido às manifestações "é de quase 500 milhões de dólares" em cerca de dez dias.

Os bloqueios de estradas continuaram nesta quarta-feira em vários pontos do país e até na capital.

Na terça-feira, na cidade de Santiago de Veraguas, 250 quilômetros a sudoeste da Cidade do Panamá, confrontos eclodiram por várias horas entre manifestantes e policiais que tentavam liberar a rodovia.

Os manifestantes montaram barricadas e queimaram pneus. Nesta quarta-feira, eles continuaram a bloquear o acesso.

As organizações populares devem se reunir nesta quarta-feira para concluir uma agenda para negociar com o governo, com a mediação da Igreja Católica.

"Se o governo pretende se sentar conosco, tem que parar com a repressão", alertou o secretário-geral da Suntracs, Saúl Méndez.

A "repressão brutal que ocorreu em Santiago colocou em risco que esse esforço (da caravana com comida) não se realizasse", disse Caballero.

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