Lula ou Bolsonaro? No Rio, toalhas 'políticas' se popularizam a três meses da eleição

À esquerda, uma toalha estampada com o rosto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre um fundo vermelho; à direita, outra com o retrato presidencial de Jair Bolsonaro emoldurado pela bandeira do Brasil.

Embora faltem três meses para as eleições presidenciais de outubro, o clima eleitoral já pode ser sentido nas ruas do Rio de Janeiro, onde proliferam os pontos de venda de toalhas estampadas com os dois candidatos favoritos.

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Wallace Santana as vende em um calçadão no centro da cidade, junto com outras toalhas, de times de futebol e personagens de filmes como Homem-Aranha, Homem de Ferro e Moana.

"Eu sou Lula, mas eu boto o que mais está saindo", conta Santana à AFP, justificando por que exibe em um varal três toalhas do petista e apenas uma de Bolsonaro.

"Se estivesse saindo mais Bolsonaro, botaria mais Bolsonaro. Porque meu ganha pão é isso, sou profissional", disse esse jovem negro risonho, de tranças afro e boné.

Em sua loja de roupas e acessórios Virou Tendência, também no centro do Rio, a comerciante Evelin Corrêa vende cerca de 700 toalhas "políticas" por semana: 300 de banho, a 20 reais cada, e 400 de mãos, a 5 reais.

"Escutamos de tudo: mulheres falando que vão se secar com um gostoso, falam que usam de capa, de bandeira e penduram na janela", relata Corrêa à AFP.

"Antes saía mais Bolsonaro, mas agora as do Lula dispararam", afirma a empresária, que a cada 10 toalhas vendidas na semana passada, entregou sete do ex-presidente e três do atual.

A três meses das eleições, as pesquisas indicam que Lula (2003-2010) mantém ampla vantagem sobre Bolsonaro, que assumiu o poder em 2019.

O líder do Partido dos Trabalhadores (PT), de 76 anos, concentra 47% das intenções de voto, se aproximando de uma vitória no primeiro turno, segundo a última pesquisa do instituto Datafolha.

O presidente, de 67 anos, segue com 28%, enquanto Ciro Gomes, o terceiro lugar, reúne apenas 8% dos apoios.

Nesse contexto polarizado, as toalhas de Lula e Bolsonaro ganham terreno em semáforos, praias e outros pontos de venda nas ruas de todo o Brasil.

Também são vendidas pela internet, a cerca de 20 reais a unidade.

Sobre o palco, artistas como Chico Buarque e Pabllo Vittar também já agitaram toalhas de Lula como se fossem bandeiras, após recebê-las do público, em gesto de apoio à candidatura do ex-presidente.

Arthur Xavier passa pelas toalhas expostas por Wallace gritando "Vamos, Bolsonaro!". Porém, defende que ambas as estampas devem coexistir.

"Não seria democrático ter só de um ou só de outro. E é uma forma de aquecer o mercado, ajudar nós que trabalhamos na rua", conclui.

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