Egito pede para 'enfrentar a realidade' nas negociações climáticas da COP27

O Egito pede à comunidade internacional que "enfrente a realidade" da mudança climática e tome as decisões necessárias durante a nova rodada de negociações da COP27 em novembro, que acontecerão em Sharm el-Sheij.

Acelerar o ritmo da transição energética até 2030 e negociar um acordo de reparação para os países em desenvolvimento são os grandes desafios dessas negociações sob a presidência egípcia.

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Os preços da energia fóssil, das matérias-primas e dos metais, imprescindíveis para a conversão elétrica dos veículos de transporte, dispararam, em grande parte pela guerra na Ucrânia.

"Por causa da situação geopolítica, a mudança climática foi relegada", explicou o embaixador egípcio Mohamed Nasr em declarações à AFP durante uma pausa das negociações da ONU na cidade alemã de Bonn.

"Enfrentamos um enorme desafio", reconheceu o diplomata, que faz parte da equipe organizadora egípcia.

"Chegou a hora de encarar a realidade. Temos planejado repetidamente", disse Nasr. "Agora a pergunta é: vamos cumprir nossos compromissos?", acrescentou.

A atual secretária executiva do órgão da ONU para mudanças climáticas, a mexicana Patricia Espinosa, alertou os delegados na reunião de Bonn que as negociações em Sharm el-Sheikh "não terão nada a ver" com as da última conferência climática (COP) em Glasgow em novembro do ano passado.

A COP27 em Sharm el-Sheikh terá "sabor e visão africanos", afirmou Nasr, embora seus objetivos sejam decididamente globais.

Os países desenvolvidos prometeram financiar desde 2020 a transição energética dos países em desenvolvimento com 100 bilhões de dólares por ano, valor que não foi alcançado até agora.

Outro obstáculo à negociação, pendente desde Glasgow, são os chamados "danos e prejuízos" causados pelas mudanças climáticas induzidas pelo consumo de combustíveis fósseis nos países mais avançados. Esses países prometeram um "diálogo" sobre esse ponto entre agora e 2024.

As negociações pré-COP27 de Bonn não avançaram. "Não era o que esperávamos", reconheceu Nasr.

O Egito garante que atualizará seus planos de combate às mudanças climáticas dentro de algumas semanas, mas o país, "como a grande maioria dos países em desenvolvimento", precisa de financiamento internacional adequado, sublinhou o embaixador.

Os representantes de quase 200 nações que se reunirão na primeira quinzena de novembro no Egito já sabem como devem ser as negociações, alertou Nasr. "Devem facilitar a tarefa à presidência e aos outros e começar a dar resultados", exigiu.

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