Copom deve elevar a Selic a 13,25%, estima mercado

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central prepara um aumento de sua taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual, a 13,25%, segundo o consenso do mercado, que espera uma alta maior do que as anteriores diante de uma inflação moderada, mas persistente.

Se chegar a este nível, a Selic atingiria seu nível máximo desde janeiro de 2017, quando estava em 13,75%.

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O aumento será o 11º consecutivo desde o início do ciclo de ajustes monetários iniciado em março de 2021, quando a Selic estava em um piso histórico de 2% por causa da pandemia.

O anúncio é esperado para esta quarta-feira, ao final de uma reunião do Copom, do Banco Central do Brasil (BCB), iniciada nesta terça.

Com sua política ininterrupta de altas, a autoridade monetária tenta controlar a inflação, que acumulou 11,73% em 12 meses até maio.

O dado preocupa particularmente o presidente Jair Bolsonaro com vistas às eleições de outubro, quando tentará a reeleição.

Caso se cumpra este consenso exposto em um levantamento do jornal Valor Econômico com 90 consultorias e instituições financeiras, o aumento de 0,5 ponto percentual será o menor do ciclo de altas, que o BCB espera concluir em breve.

Os três aumentos anteriores tinham sido de um ponto percentual, antecedidos de outras três altas de 1,5 ponto percentual entre outubro e fevereiro, quando a escalada se acelerou.

"Esperamos que o comitê mantenha a sinalização de perseverança em sua estratégia até que se consolide o processo de desinflação e ancoragem das expectativas em torno de suas metas", diz uma análise do Itaú Unibanco, que prevê uma Selic de 13,25%.

A inflação ao consumidor brasileiro situou-se em 0,47% no mês de maio, um recuo em relação ao 1,06% registrado em abril, segundo dados oficiais.

Mas acumulou 4,78% nos primeiros cinco meses do ano, aproximando-se do teto da meta para este ano, que é de 5%.

E o mercado já prevê uma inflação de 8,89% ao final de 2022, segundo o boletim Focus do Banco Central.

Os aumentos nos preços dos combustíveis e dos alimentos, impulsionados pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, representaram um impacto adicional à inflação ascendente da primeira economia latino-americana.

De olho em 2023, o Copom tenta que a inflação coincida com a meta de 3,25% para esse período. Mas as expectativas continuaram subindo até 4,6% para o ano que vem, quando em maio passado eram de 4%, segundo a pesquisa do Valor.

Contudo, tanto o BCB quanto o mercado prevê o fim do ciclo de altas da Selic para o segundo semestre de 2022.

"Acreditamos que o contexto de inflação elevada, persistente e disseminada (...) levará o Copom a sinalizar ajuste moderado para a [próxima] reunião", em agosto, assinalou o Itaú Unibanco, que espera então a Selic alcance 13,75%.

De acordo com analistas, as taxas, entre outros fatores, têm emperrado o crescimento econômico, que poderia perder força no segundo semestre do ano.

A expectativa é de uma expansão de 1,20% no PIB em 2022, segundo a mediana do boletim Focus.

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