Testemunha em caso de meninas alemãs desaparecidas é interrogada no Paraguai

O proprietário do veículo no qual viajavam pelo Paraguai um casal alemão e duas meninas de 10 e 11 anos reportadas como "desaparecidas" foi interrogado nesta quarta-feira (1º) pelo Ministério Público, informaram fontes judiciais.

O homem, identificado como Diego Martínez (35), confirmou ter emprestado há um mês um veículo ao casal, que está foragido no Paraguai junto com as meninas.

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"O suspeito entrou em várias contradições", disse à imprensa o delegado Cristian Cáceres, da unidade Anti-sequestros da Policia, que o transferiu para a Assunção, a capital, para apresentá-lo ao Ministério Público.

"Primeiro disse que o casal foi apresentado por um parente, mas logo disse que foi um cliente", após se apresentar como mecânico de carros na cidade de Villarrica, a 150 km ao sudeste da capital, detalhou o delegado.

Martínez permaneceu detido na sede do grupo especializado contra sequestro da Polícia, em Assunção.

O veículo, uma picape Nissan, foi alugado por Andreas Rainer Egler, de 46 anos.

O cidadão alemão é acusado de ser responsável pela custódia ilegal das meninas Clara Magdalena Egler, de 10 anos, e Lara Valentina Blank, de 11 anos, que desapareceram de seu país em novembro passado e foram vistas pela última vez em janeiro, no Paraguai.

Egler, pai de Clara Magdalena, está foragido junto com sua nova esposa, Ana María Egler (Scharpf, sobrenome de solteira), que é mãe de Lara Valentina Blank.

A mãe de Clara Magdalena, Anne Maja Reiniger-Egler, está em Assunção liderando as buscas e na segunda-feira autorizou uma coletiva de imprensa para divulgar o caso de desaparecimento em todos os meios de comunicação locais.

O advogado de Reiniger admitiu em uma coletiva de imprensa na quarta-feira que a divulgação teve resultados e o casal de foragidos se manifestou no dia anterior via Telegram. Em uma mensagem de vídeo, exigiram que a mãe de Clara encerre as buscas.

"Vocês exigem que nossos clientes aceitem abandonar e deixar para trás seus filhos. A senhora Anne Maja Reiniger e o senhor Filip Blank (pai de Lara) apenas reconhecem suas garotas nos vídeos", disse o advogado Stephan Schulheiss, se dirigindo ao casal em alemão e espanhol.

O vídeo fez com que a Sra. Reiniger entrasse em crise e ela não compareceu à coletiva, da qual planejava participa. "Ela viu a filha com o cabelo curto e tingido. Ela não parecia confortável. Isso a afetou muito", explicou.

Na mensagem aos sequestradores, o advogado Schultheiss alertou que o processo de busca acontece independentemente da vontade de sua cliente.

"As autoridades estão investigando no Paraguai, Alemanha e através da Interpol, no mundo todo", afirmou.

"O bem estar das meninas não é compatível com a vida um vida em fuga que vocês escolheram. Acabem com essa situação extremamente estressante para todos. Por favor, se manifestem", enfatizou.

O advogado reiterou que a mãe de Clara e o pai de Lara "não estão interessados em obter uma sentença" de punição.

"Eles querem encontrar uma solução que permita a todos um futuro de paz e uma volta à vida normal. A oportunidade está aberta para vocês", declarou.

"Estamos convencidos de que as meninas e o casal ainda estão no Paraguai", comentou anteriormente o chefe do Anti-Sequestro, comissário Mario Vallejos, que disse temer que eles deixem o país pela fronteira com a Argentina ou o Brasil

"Há uma terceira pessoa dando apoio ao casal", garantiu o policial.

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