Oposição trabalhista vence eleições na Austrália e promete combater mudança climática

O líder da oposição trabalhista australiana, Anthony Albanese, reivindicou sua vitória nas eleições legislativas deste sábado (21), pondo fim a nove anos de governos conservadores, que pagaram a conta de sua inação frente à mudança climática em um país duramente afetado por catástrofes naturais.

"O povo australiano votou pela mudança. Sinto-me honrado por esta vitória", disse Albanese a seus apoiadores, depois que o primeiro-ministro conservador Scott Morrison admitiu a derrota.

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"Podemos aproveitar esta oportunidade para que a Austrália se transforme em uma superpotência de energia renovável", acrescentou Albanese, que ratificou seu compromisso de combater a mudança climática.

O primeiro-ministro em final de mandato, Scott Morrison, admitiu a derrota e parabenizou seu adversário por sua "vitória eleitoral".

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, também parabenizou Albanese e disse estar "ansioso" para começar a trabalhar com ele.

Com pouco mais da metade dos votos apurados, o Partido Trabalhista já havia garantido 72 cadeiras. Ainda não estava confirmado, porém, se obteria a maioria absoluta de 76, a qual lhe permitiria governar sem a necessidade de alianças.

Os 17,2 milhões de australianos foram esperados nas urnas para eleger os 151 assentos da Câmara de Representantes (Deputados) para um mandato de três anos, e 40 dos 76 senadores, para um mandato de seis anos.

O voto é obrigatório na Austrália. A abstenção implica uma multa de 20 dólares australianos (em torno de US$ 14).

Na última hora, as autoridades responsáveis pelo processo eleitoral modificaram as regras para permitir que um número maior de pessoas infectadas com covid-19 pudesse votar por telefone, nestas que foram as primeiras eleições federais desde o início da pandemia.

Em um país atingido por graves incêndios, inundações e secas nos últimos anos, o Partido Trabalhista prometeu impulsionar as políticas ambientais, uma das principais deficiências do governo conservador.

"Cresci em uma comunidade que foi duramente afetada por incêndios e inundações nos últimos cinco anos (...) Ver que se faça algo para impedir isso seria fantástico", comentou Jordan Neville, um jovem eleitor de Melbourne que votava pela primeira vez.

Morrison apoiou as poderosas indústrias do carvão e do gás e resistiu aos apelos mundiais pela redução das emissões de carbono para além dos 28% comprometidos até 2030.

Durante a campanha, Albanese, de 57 anos, de origem italiana por parte de pai, acusou a administração conservadora de ser "um governo de má qualidade, o menos aberto e menos equitativo da história política australiana".

Na corrida eleitoral, Morrison, de 54, usou a mesma mensagem da disputa que o levou ao poder em 2019 - a de que não se pode confiar nos trabalhistas em matéria de economia -, na tentativa de encontrar eco em uma população preocupada com o aumento do custo de vida, em meio a uma inflação anual de 5,1% e à corrosão salarial.

Ao longo da campanha, o premiê usou os últimos dados de desemprego na Austrália, com uma taxa de 3,9% em abril - a mais baixa em 48 anos -, como exemplo do "extraordinário sucesso" de sua gestão.

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